O Esquilo e a Roda
Katia Horn
“tenho planetas sob meus pés
quando eu caminho,
ele gira em seu eixo e eu deixo que gire,
enquanto eu caminho,
o planeta é a roda e eu sou o esquilo
ele só gira porque eu caminho
ele gira em seu eixo...
e eu deixo que gire,
enquanto eu caminho,
sob o comando de meus dois pés,
a noite chega em Madagascar
e o sol está em outro lugar
eu sento um pouco o tempo para
tudo parado tão sem destino,
por 4 horas, o sol também a pino...”
Ao homem coube o mundo e à mulher o lar? Não às esquilas, às poetas, às cósmicas, a quem o sedentarismo no sentido cultural feminino passa pelo vasto planeta Terra como quintal.
Falar de Katia Horn e seus domínios, só reservando toda Gaia mesmo a ela. Sim, espaçosa, seu sedentarismo, se assim lhe parece, é ocupar apenas todo o palco da vida. Não só ocupando como crivando sua marca germinadora, fazendo brotar tudo em forma e cor, criando seu universo paralelo fabuloso à sua imagem e semelhança. Suas expressões de arte brotam em músicas, teatro, desenhos, pinturas, moda e cenografia. Katia é de transformar espaços a toque de fada.
Qualquer árido sítio, em berço esplêndido. Esperemos tudo desse ser telúrico, menos sedentarismo.
A velha Terra lhe cede todo o espaço e, creia, desse planeta ela só quer saber de onde pega o melhor raio de sol, mesmo que em Madagascar. Distâncias não lhe assustam, ela calça sandálias gastas quando desloca-se de seu jardim base, ali no Bom Retiro.