Desde os 16, quando começa a frequentar salões, esse curitibano do Portão já pintava os sets de seu bairro e de onde suas longas pernas alcançavam de bike ou a pé.

Muito cedo ganhou mundo.

Nem deve gostar muito de ser comparado a Basquiat, pela ascendência afro, mas seu gosto e desprendimento pela rua o fazem mesmo um genuíno e bem-sucedido artista que ilustra as empenas de Amsterdã, Buenos Aires, Paris, Barcelona, Nova York – já desisti de acompanhar suas façanhas – mas volta ao seu farol em Curitiba, que é o Quinto Andar, onde divide o espaço com essa fotógrafa que vos escreve, há cinco anos.

Não fosse sua arte escandalosamente grande em proporção e beleza, talvez permanecesse mais tempo aqui, pois o Quinto pra ele é só um espaço nesse mundo, vasto mundo, de onde vem pulverizando sua arte de forma quase perene, crivando-se no imaginário de pessoas muito puras em origem e cultura, como os nativos de Gambia, na África. Em 2014 passou dois meses lá, pesquisando a musicalidade, os hábitos, a estética local, em contrapartida, colorindo a vida dessas pessoas.

Suas obras podem ser vistas em vários points de Curitiba, desde a empena da Casa Hoffmann a grafites criteriosamente aplicados de forma sutil e requintada, mesmo que furtivas.

Tem obras em acervos de bons colecionadores e está presente na arte internacional em residências artísticas ou em outras empreitadas com desenvoltura.

Sim, Rimon Guimarães é um artista nativo, hoje internacional. Se abrirmos a revista americana Visionare, o encontraremos junto a Gisele Bündchen e Beatriz Milhazes. Abrir uma Vogue e encontrá-lo ao lado de uma caixa d´água paulistana, também normal. Uma matéria numa revista de bordo? Rotina...

Cresceu mesmo esse artista.

Enquanto passeia em busca do espaço ideal em nossa urbe para façanhas tão largas, vazou agora um pouco de suas obras para a Galeria Farol, onde expõe seus trabalhos por três meses.

Vá conferir, antes que ele de lá também vaze!