Comportamento
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05.03.13
Dezesseis anos de Planeta
por Renan Machado

Com a presença em peso do rap nacional, a 16ª edição do Planeta Atlântida, um dos maiores eventos musicais do Brasil, recebeu cerca de 60 mil pessoas

Planeta Atlântida recebeu mais de 60 mil pessoas na edição de 2013 (Fotos: Renan Machado)
Débora Teicher, baterista da Scracho, segundos antes do início do show
O palco “Pretinho Convida” tornou-se o salão de festas a vapor particular da Dazaranha na sexta-feira
Sorriso Maroto mostrou a que veio ao fazer sambar o Planeta 2013
Santo Graal, banda independente de SC, esteve pela quarta vez no evento

Em 2013, o Planeta Atlântida, edição de Santa Catarina, completou dezesseis anos. O evento musical, um dos mais tradicionais do País, tem suas origens no Balneário de Atlântida, no Rio Grande do Sul, local onde teve início em 1996. Dois anos depois, em 1998, foi trazido para Florianópolis e realizado no estacionamento do Ibiza Club, na Praia de Jurerê. A primeira edição do evento, que reuniu cerca de 31 mil pessoas, contou com apresentações de ícones como Lulu Santos, Gabriel O Pensador e Tim Maia, que, por sinal, faleceu pouco tempo depois do show na Ilha de Santa Catarina. Ao todo, foram oito atrações musicais.

E a criança cresceu. O que poderia ser visto como um evento regional de música e esportes radicais (as primeiras edições contavam com bungee jumping, tirolesa e outros esportes) subiu aos olhos do Brasil. Em 2012, já adolescente, o Planeta Atlântida debutou em grande estilo. A 15ª edição teve 27 atrações divididas em dois palcos, o Principal e o “Pretinho Convida”, um palco alternativo, além do E-Planet, espaço destinado à música eletrônica. 

Em 2013 não foi diferente. O Planeta Atlântida Santa Catarina ocorreu nos dias 11 e 12 de janeiro no Sapiens Park, em Canasvieiras, Florianópolis. O evento reuniu aproximadamente 60 mil pessoas que prestigiaram, entre palcos Principal e “Pretinho Convida”, 29 atrações, além do espaço E-Planet.

 

Força do rap

Em alguns anos o Planeta Atlântida pende para algum gênero. Em 2001, por exemplo, o slogan do evento foi “Agora o Mundo do Rock é Aqui”.  O Planeta 2013 foi marcado pela presença de vários grupos de rap e hip-hop, tanto no palco principal quanto no alternativo. Racionais e Planet Hemp destacaram-se no Principal. Com quase vinte e cinco anos de estrada e sem papas na língua, os paulistas do RacionaisMC’sderam show. Sabendo as letras de cor, o público entoou a plenos pulmões hinos sobre preconceito e consciência política.

No palco “Pretinho Convida”, estiveram presentes Pollo, Cone Crew Diretoria, Projota e Emicida. Todos do rap. E fizeram bonito. Levaram desde músicas tocadas em rádios a improvisos ousados, provocando, inclusive, nomes conhecidos de outros gêneros musicais.

 

“Pretinho Convida”

As performances das atrações que subiram ao palco alternativo do Planeta Atlântida surpreenderam. Muitos dos “planetários”, nomenclatura utilizada para designar o público do evento, trocaram até mesmo shows do palco principal para conferir o som que rolava no “Pretinho”.

Além dos grupos de rap nacional, já citados, Raimundos, Forfun e Dazaranha apresentaram repertório apetitoso ao paladar dos fãs. Em apresentações “redondas” e bem equilibradas os cariocas do Forfun e os catarinenses do Dazaranha mesclaram canções de novos álbuns com antigos sucessos. Ambas veteranas em matéria de Planeta, as bandas não decepcionaram.

Porém, afora os representantes do rap, o maior destaque do palco “Pretinho” foi a banda brasiliense Raimundos. Enfrentando mais de uma década de perrengues, após a saída repentina do vocalista Rodolfo Abrantes, Digão e Canisso, membros da formação original, e os novos integrantes, Marquinhos e Caio, seguem em batalha para reerguer o nome desta que foi a banda mais inusitada surgida na década de 1990. O show do Raimundos lotou. Digão, atual vocalista, iniciou a apresentação com discurso sobre cair e tornar a ficar em pé. Marquinhos bem ilustrou as palavras do companheiro de banda, ao tentar equilibrar-se, logo na primeira música, sobre um dos amplificadores de retorno e estatelar-se no palco. Boatos surgiram de que o acontecido fora, verdadeiramente, uma performance proposital, visto que o guitarrista repetiu-a tempo depois, dessa vez com sucesso. Em suma, o show foi um sucesso. A plateia foi à loucura com sucessos eternizados pelos calangos do serrado. E “roda punk” não faltou.

 

Críticas do público

Nunca espere um mar de rosas, já dizia o ditado. Muitos frequentadores antigos do Planeta Atlântida levantaram motivos que os levaram a ausentarem-se do evento em 2013. O primeiro deles foi o preço. Felipe Silva esteve em todas as edições do Planeta Atlântida até 2011. O valor do ingresso nos últimos dois anos, porém, o impediu de estar presente. “O preço subiu muito; sem chance para mim, que não sou estudante, bancar um ingresso, imagina o passaporte, que dá acesso para dois dias”, afirma.

Gabriela Santos, por outro lado, aponta as atrações como principal motivo de não comparecer ao evento em 2013. “O Planeta já teve melhores bandas no line-up”, diz. E ainda reitera a queixa de Silva. “As atrações deste ano não fizeram valer o preço do ingresso”, completa.


Tags: Planeta Atlântida; 16 anos;



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