Comportamento
03.09.2015
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12.07.13
Simplicidade e sofisticação
por Da redação

Arquiteta curitibana Maytê de Camargo mostra que beleza e funcionalidade podem ser compatíveis

Imagem: Divulgação/ Maytê de Camargo
Imagem: Divulgação/ Maytê de Camargo
Imagem: Divulgação/ Maytê de Camargo
Imagem: Divulgação/ Maytê de Camargo

É comum encontrar quem defina sua atividade profissional como um lazer. Também não é lá tão difícil achar quem diga que procura fazer do seu trabalho uma arte. Mas em poucos casos essa combinação de lazer e arte é encontrada de maneira tão evidente como no trabalho da arquiteta curitibana Maytê de Camargo, de 32 anos.

A paixão pela arquitetura e decoração de interiores vem desde cedo, mas não vem de berço. Maytê, ainda menina, ficava fascinada pelo trabalho de composição de um ambiente e da infinidade de possibilidades desta atividade, que nem sabia qual era o nome, muito menos que um dia seria o seu ofício.

A menina, que nasceu em uma família de médicos, acabou fatalmente por estudar Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Paraná. Dos tempos acadêmicos, vem a nostalgia e o reconhecimento da importância dessa etapa, que exige uma escolha precoce: “Eu vejo que meu tempo de graduação foi muito importante para o meu aprendizado, mas também tenho a sensação de que essa fase da escolha profissional é muito precoce. Não sei se aos 17 anos a pessoa está preparada para extrair tudo aquilo que o mundo acadêmico oferece”, conta Maytê, que, para complementar sua formação, foi fazer uma especialização na Itália, que abriga uma região histórica e rica em referências arquitetônicas.

E por falar no velho continente, é de lá que vem a maior inspiração da arquiteta. Grande admiradora de Roma e Barcelona, Maytê não esconde que o arquiteto catalão Antoni Gaudí é sua maior referência – um dos ícones da arquitetura europeia e foi o responsável por algumas das maiores obras do mundo. Seu trabalho apresenta influências da arquitetura gótica, algumas de suas criações foram declaradas como Patrimônio Mundial pela Unesco.


Viagens e trabalhos

A curitibana não nega que suas viagens mundo afora têm reflexos nas suas criações. Jornadas pelo Brasil também ajudam a construir o repertório plural: recentemente, esteve em Fernando de Noronha e fala empolgada sobre cada detalhe da decoração de um restaurante da região. Definir uma identidade para a arquitetura brasileira? Impossível, segundo ela. O país é muito rico e cada região tem uma peculiaridade que faz dela uma beleza única.

Sem esquecer-se das paisagens de Buenos Aires, Maytê acredita que um trabalho ideal deve ser uma combinação de referências: “Acredito que não se deve abrir mão daquilo que é clássico, por outro lado, alguns aspectos do estilo moderno são essenciais. Acredito que um trabalho de qualidade deve unir o clássico e o moderno”, diz a arquiteta, que conta com um portfólio de gabarito, que comprova sua bagagem.

 

A arte de projetar interiores

Para Maytê, arquitetura é arte. Pensa com minúcia os detalhes, objetos e decorações de cada trabalho seu. Gosta de vidros e formas. Passa horas a escolher a combinação de cores, em busca da harmonia entre os materiais.

Apesar do bom gosto, tenta não transferir suas preferências e impressões para seus trabalhos. “Antes de começar qualquer trabalho, uma coisa pra mim é definitiva: o espaço tem que ter a cara do cliente, e não a minha. Acho que essa é a diferença, fazer questão de deixar o projeto do jeito que a pessoa é”, diz Maytê.

Além de transferir a personalidade de cada cliente para seu novo espaço, ela ainda faz questão de conciliar beleza e funcionalidade – um dos grandes desafios de quem projeta interiores: “Pra mim, o espaço ideal é aquele que concilia praticidade e estética. O lugar precisa ser funcional, sem deixar de lado sua beleza”, conta a arquiteta, que mostra o equilíbrio entre sofisticação e simplicidade.

Tal missão acaba sendo ainda mais desafiadora com a falta de espaço dos apartamentos, que é uma tendência das recentes construções. Maytê lembra empolgada de um trabalho que realizou há pouco em uma residência de aproximadamente 50 m². A otimização do espaço e o aproveitamento de cada centímetro fizeram com que o trabalho tivesse uma execução mais do que caprichosa e cuidadosa. O resultado final foi a prova da versatilidade e criatividade da arquiteta, que é uma das mais festejadas da nova safra de profissionais curitibanas.

Se por um lado a modernidade e as novas tendências da construção civil provocam mudanças no trabalho de Maytê, por outro lado tem coisa que não muda: a primeira criação é sempre desenhada à mão. A arquiteta faz questão de projetar os primeiros esboços com papel e lápis, hábito que herdou da faculdade e resistiu ao tempo e à avalanche de novas tecnologias.

Entre um traço e outro, as perspectivas e os novos trabalhos andam a todo vapor. Alguns ela ainda não pode revelar, mas há até perspectivas de projetos inéditos no Paraná. Com tantos trabalhos bem-sucedidos, a arquiteta conseguiria apontar do qual mais gostou? Bem que ela tentou, mas não conseguiu responder. Disse que cada trabalho realizado é como se fosse um filho que nasce. Compreensível não ter um preferido.


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