Cultura
03.09.2015
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03.09.2015
03.09.2015
08.01.14
Travessas e Travessias
por Da redação

O novo livro de Nêgo Pessoa


No prefácio de Travessas e Travessias, Jaime Lerner conta para o leitor um pouco do que ele vai encontrar nas mais de 150 páginas do livro que reúne a prosa do escritor Nêgo Pessoa e fotos feitas por Charly Techio e Tânia Buchmann. Jaime define a obra como “Uma divertida, tocante e instrutiva caminhada por mais de meia centena de travessas de Curitiba”. E complementa: “Eis um pequeno grande livro, bela obra para se ter por perto”.

O livro pode ser encarado como um registro da Curitiba de Nêgo Pessoa. O autor que sempre gostou de caminhar pela cidade e descobrir novos lugares. Ou, como ele mesmo explica, “Flanar por aí”. Nêgo não quis fazer do livro um documento histórico. Ao escrever sobre as travessas, não tem compromisso biográfico ou histórico, mas sim se compromete a registrar a essência e a singularidade de cada uma delas. Retrata as contradições e o charme. Mas alerta: “Não é poesia. É um texto desalinhado...”.

Ler os textos e ver as fotos acaba sendo um ritual de travessia. Mas Nêgo destaca que os textos foram pensados de maneira independente. Acredita que tanto as fotos como os versos têm significados diferentes, embora o leitor mais atento consiga estabelecer diálogos entre os textos e as imagens.

Curitiba tem aproximadamente 200 travessas, Nêgo escolheu mais de 60 para compor o seu livro. Coincidência ou não, as preferidas são aquelas que carregam o nome de figuras que o autor admira: Travessa José Bonifácio e Travessa Monteiro Lobato. Para Nêgo, José Bonifácio é o maior intelectual de todos os tempos.

Na seleção, tem travessas que não são consideradas travessas e tem travessas que deixaram de ser. O que seria uma travessa, então? Para responder à pergunta, Nêgo Pessoa brinca com uma famosa frase do escritor Mário de Andrade: “Travessa é tudo o que eu acho que é travessa”.

 

A origem

O hábito de Nêgo Pessoa caminhar pelas ruas é muito mais antigo do que a ideia de fazer o livro. Isto talvez explique a origem bibliográfica pouco comum do projeto: o autor usou um Guia de Endereços e Entretenimento 2006/2007 para programar seus itinerários. Em tempos de GPS, o guia perdeu espaço e hoje quase não tem mais leitores. Exceto Nêgo Pessoa, que ainda guarda o seu exemplar rabiscado com suas trilhas. E foi ali que Nêgo encontrou as travessas que gostaria de conhecer e depois fariam parte do livro.

Para que o trabalho pudesse, de fato, acontecer, Nêgo Pessoa contou com o apoio de Paulino Viapiana – atual secretário de Cultura do Estado do Paraná, que à época da ideia de produção do livro era diretor da Fundação Cultural de Curitiba e teve um trabalho fundamental para que o projeto fosse aprovado. Este apoio também fez com que o livro tenha um bom destino: parte da tiragem será destina às bibliotecas do Estado do Paraná.

 

Próximas esquinas

O resultado pode ser conferido de perto pelo público que compareceu ao lançamento no Museu Oscar Niemeyer e pode ver o trabalho, enfim, pronto. Passado o evento, realizado no começo do mês de dezembro, o autor volta suas atenções para um grande e novo projeto: o dicionário Pela ordem (alfabética). As caminhadas continuam frequentes. Nem o imprevisível clima curitibano impede que o escritor conheça novas travessas e faça novas travessias.


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