Cultura
03.09.2015
03.09.2015
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03.09.2015
03.09.2015
18.09.14
Azul é a cor mais polêmica
Foto: Divulgação

Talvez sórdido, o filme La vie d’Adèle, em português Azul é a cor mais quente, trouxe polêmica depois do lançamento no ano passado. Com direção do franco-tunisiano Abdellatif Kechiche, a intensidade das filmagens desagradou o elenco e a comunidade LGBT.
O roteiro foi inspirado na história em quadrinhos Le bleu est une couleur chaude, de Julie Maroh, cuja tradução dá nome à versão brasileira. A trama gira em torno de Adèle, interpretada por Adèle Exarchopoulos, uma menina de 17 anos que se encanta por Emma (Léa Seydoux). Para viver esse amor o segredo faz-se necessário, porque a família e a moral não permitem que as duas se entreguem.
Em entrevista ao site francês Télérama, Kechiche mostrou-se arrependido e disse: “O filme não deveria sair. Ele é muito sujo”. Porém, isso não impediu que a película fizesse sucesso com a crítica, consagrou-se vencedora da Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2013 e teve quase trinta indicações, além de outras dez premiações em festivais do mundo inteiro. O diretor disse que a Palma de Ouro lhe trouxe um breve momento de felicidade e completou dizendo que “logo de seguida senti-me humilhado, uma rejeição da minha pessoa. Vivo como se estivesse sob uma maldição”. Alfinetou também a atriz Léa Seydoux, que o criticou e o acusou de ter sido abusivo.“Lamento que essa controvérsia tenha maculado o filme. Gostaria de falar de outros aspectos que ele carrega, como a liberdade e o amor. Uma atriz [Seydoux], com sua neurose, sujou o filme. A baixaria dela é inqualificável.”
A protagonista Adèle Exarchopoulos afirmou que o diretor gritava muito nos sets de gravação para as atrizes se entregarem à personagem, “talvez ele tenha cometido erros às vezes. Não é porque você grita ou humilha alguém que ela te dará mais. O resultado é o mesmo quando você é mais gentil, mas com coisas boas e imperfeições. O resultado está aí e eu nunca vi algo semelhante no cinema”.
O filme é denso, polêmico e controverso, mas o amor entre as duas mulheres e as cenas de sexo podem se tornar secundários quando assistido pela perspectiva de Adèle (a personagem), que traz tristeza e melancolia muito mais fortes que qualquer deleite entre quatro paredes.


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