Cultura
03.09.2015
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17.03.15
Novos escritores à vista
por Adriana Sydor
Daniel Conrade, Julianah Dias, João Lucas Dusi, Lucas Silveira de Lavor, Priscila Lira, Mateus Senna, Rafael Antunes, Jadson André, Murilo Lense, Mateus Ribeirete, Thiago Lavado, Lara Pastorello Panachuk, Victor Hugo Turezo, Rafael de Andrade, André Petrini, Diego Samuel Binkowski. Foto: Dico Kremer
Livro dos novos II - 2015
André Petrini - Foto: Acervo pessoal
Daniel W. Conrade - Foto: Acervo pessoal
Diego Samuel Binkowski - Foto: Acervo pessoal
Jadson André - Foto: Rodrigo Pinto
João Lucas Dusi - Foto: Deivid Ramon
Julianah Dias - Foto: Guilherme D. Gonzaga
Lara Pastorello Panachuk - Foto: Acervo pessoal
Lucas Silveira de Lavor - Foto: Paulo Henrique
Mateus Ribeirete - Foto: Lara Starling
Mateus Senna - Foto: Mateus Ribeirete
Murilo Lense - Foto: Vitória Bevervanso
Priscila Lira - Foto: Acervo pessoal
Rafael Antunes - Foto: Acervo pessoal
Rafael de Andrade - Foto: Acervo pessoal
Thiago Lavado - Foto: Rafael de Andrade
Victor H. Turezo - Foto: Divulgação

Entrar no mercado editorial é vontade de muitos. Está dentro das missões dos viventes há tempos: escrever um livro, ter um filho e plantar uma árvore. Mas por quê? Pra quem? Poderia haver um arranjo entre as questões: para falar da árvore plantada para o filho ler. Felizmente, as bordas são mais largas, são também mais enigmáticas.

Sabemos bem que o mercado editorial se comporta feito uma concertina esquizofrênica, ao mesmo tempo se encolhe e se espicha; a parafernália tecnológica cresce e as feiras, concursos, eventos literários também. Dizem por aí que os livros irão acabar e que nos sobrarão toques em telas frias e competentes. Dizem aqui e acolá que nada substitui a experiência tátil, o cheiro, o objeto. Há verdade em tudo, aquele inferno que era antigamente escolher o livro para levar na viagem, por exemplo, acabou. É possível carregar dezenas de obras, mais dicionário, bloco de anotações e caneta que nunca fica sem tinta sem que isso tudo pese mais que um pacote de café, os tablets comportam muita coisa e são uma mão na roda. Mas é igualmente fácil entrar numa grande livraria e ter problemas com o cartão de crédito no final do mês, tantas são as ofertas. Ou mandar buscar lá da Cochinchina uma publicação, recente ou antiga, e, ao sinal do carteiro, se entregar às páginas viajantes, numa relação quase lasciva.

Vivemos a hora e a vez, o declínio e o progresso, o abismo e a ascensão dos produtos da literatura.

Há quem nem entre nessa discussão e agora (e sempre) questione de forma negativa a qualidade de tudo o que nos chega, independente do formato. Geralmente essa crítica parte do apontamento dos escritores consagrados como únicos, como insuperáveis, como os dignos de leitura. O preconceito tampa a verdade e esquece como grandes nomes foram marginalizados nas horas de suas criações, como foi preciso que a pátina do tempo fizesse o seu trabalho para o reconhecimento. O preconceituoso de hoje é o mesmo que deixou Lima Barreto morrer na total miséria, aos 41 anos; é o que apontou Oswald de Andrade como um folgazão fora de lugar; é o que se recusou a ler James Joyce no início do século passado; é o que riu dos quadros de Van Gogh. O preconceituoso de hoje é aquele que não admite que um igual, um contemporâneopossa fazer alguma coisa que ele não fez, não faz e não fará. Ele é coberto por um manto de descrença e emulação. É uma confissão de pouca fé nos tempos em que vive, na própria vida e nas próprias possibilidades.

Por isso, há a necessidade dos guerreiros que olham por cima do muro, puxam fôlego, arregaçam as mangas e tratam de contar sobre esses dias em que todos estamos a construir mais um degrau na história da humanidade. Os autores contemporâneos percebem o entorno, seguram a pena e registram. Nem sempre o que pensam e notam já faz parte do senso comum, nem sempre. Às vezes, antecipam realidades, às vezes reorganizam o passado, às vezes inventam outro modus operandi. Quem se arrisca na escrita, não sabe apenas juntar as letras disponíveis do teclado, faz mais, se joga na aventura de ordenar pensamentos e contá-los para quem quiser saber, apaga a linha que divide realidade e ficção. Quem se aventura na escrita abre as cortinas, desnuda-se, se entrega.

E quem quer fazer parte dessa loucura? Muitos. E por quê? Porque comunicar é preciso, há necessidade de marcar o tempo em que se vive, deixar o nome na história, fazer parte dela, relatar, sonhar, desejar, contar.

 

Livro dos Novos

Em 2013, a Travessa dos Editores lançou o Livro dos Novos. Dezesseis autores, novos na idade e no ofício, que encontraram na publicação uma espécie de incentivo para o mercado editorial. A noite de autógrafos foi um sucesso retumbante: imprensa, vendas, autógrafos, fotografias. Depois a realidade veio chegando de mansinho e experimentaram também a dor de estar na vitrine, os esforços para convencer o público a trocar a quantia que se gasta num fast-food por um livro, a longa e desgastante luta de entrar e permanecer no circuito dos pares, a espera por uma crítica.

Estão todos aí, já marcados para a eternidade. Com ISBN, registro e tudo que assegura suas participações nessa estrada.

Agora, em nova edição, outros 16 jovens. 16 novas possibilidades de ver através de outros olhos, de sentir por outros corações, de se aventurar em outras histórias, de se reconhecer, se entreter, se entender.

Temos 16 contos, frutos da imaginação e da realidade, do esforço e da naturalidade, do ontem e do hoje para o amanhã.

Esses guris e gurias, em que o mais velho chegou aos trinta e o mais novo pode votar, mas ainda não dirigir, encaminharam, junto com outros tantos, seus contos para avaliação. São melhores do que os que aqui não entraram? Estão prontos, perfeitos? São representantes de uma geração? Não para todas as questões. Esse é o início de um caminhar, tanto para o escritor quanto para o leitor, ambos se encontram com o novo e se dispõem às surpresas.

 

Quem são os mais novos Novos?

Jadson André é jornalista. Cursou Comunicação na PUCPR, durante a universidade escreveu para o site de notícias Jornale e foi um dos criadores da página da rádio Banda B na internet. Hoje é repórter da editoria policial do jornal Tribuna do Paraná. Nascido em 1988, em Cruzeiro do Oeste, vive em Curitiba desde 2007. Já morou na fronteira com o Paraguai, no Litoral do Paraná e no Canadá. Gosta dos livros do Will Self, Roger Morneau, Dalton Trevisan e Roberto Bolaño, entre outros, claro.

 

Priscila Lira nasceu em 1991, é amazonense radicada em Curitiba, onde cursa mestrado em Estudos Literários, na UFPR. Tem um e-book publicado, O Manual de Feitiçaria, um livro de contos em andamento e um romance na cabeça. Boa parte dos seus textos encontra-se publicada na internet, nas páginas Germina Literatura, Escritoras Suicidas, Mallarmargens e em algumas edições do jornal RelevO.

 

Lucas Silveira de Lavor nasceu e mora em Curitiba, tem 18 anos e cursa o 4º período de Jornalismo na Universidade Positivo. É estagiário do jornal Cândido.

 

Lara Pastorello Panachuk, natural de Campo Grande, Mato Grosso, onde nasceu em 03/02/1994, mas é curitibana de coração, onde reside. Cursa o 2º ano de Direito na UFPR, é participante do Núcleo de Investigações em Direito e Desenvolvimento Econômico. Participou do evento “Um poema em cada árvore – Mobilização 2014”, em Curitiba, com o poema “Sob os auspícios da Lua”. Seu poema “Juventude Acadêmica” foi selecionado para a 28ª edição do jornal Boca do Inferno, jornal do curso de Letras da UFPR.

 

André Petrini tem 26 anos, nasceu em Curitiba, é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Paraná – UFPR. É sócio da Chocoterapia, e publica regularmente no Obscenidade Digital. Começou a escrever por acaso da necessidade. Hoje escreve por amor e para aliviar a dor.

 

Victor H. Turezo tem 21 anos. Nasceu em Curitiba. Publicou no jornal RelevO, na revista Jandique e na antologia Novos Autores Curitibanos. Cursa Jornalismo na Universidade Positivo.

 

Julianah Dias tem 18 anos, mas gostaria de voltar aos 17, quando ninguém é sério. Estuda Letras na PUCPR e não sabe ao certo o que pretende fazer da vida depois de se formar, a única certeza é que nunca abandonará a literatura. Cronista, poeta, prefere indie rock, campo e elefantes. Curitibana nata que não pretende abandonar o friozinho.

 

Mateus Ribeirete, 22, nasceu em Curitiba, às 5:55 de uma segunda-feira. É revisor do jornal RelevO, cursa Letras na UTFPR e dá aulas de inglês. Toda a vida é texto, e todo texto é hipertexto.

 

Diego Samuel Binkowski nasceu em Curitiba, em novembro de 1990. A primeira história que escreveu foi em 2001 e já nessa época com nuances de surrealismo, realismo mágico e fantasia. Em 2004, começou um projeto de fantasia inspirado nas obras de CS Lewis, JRR Tolkien, JK Rowling, Philip Pullman e Christopher Paolini. Embora não tenha nenhuma obra publicada por editora ou qualquer outro meio, mantém um Tumblr [samouels.tumblr.com] com pensamentos, frases, pequenos poemas, breves crônicas e um e outro haikai.

 

Rafael Antunes tem 29 anos, nasceu em Foz do Iguaçu, mas viveu a maior parte da vida em Curitiba, onde se formou jornalista na UFPR. É membro fundador do blog coletivo obscenidadedigital.com, onde escreve com parceiros de bar e da vida desde 2009.

 

Murilo Lense nasceu em Curitiba, Paraná, em 1989. Formou-se em Comunicação Social pela Universidade Federal do Paraná – UFPR e trabalha como redator publicitário. Seu conto “Dórian” foi premiado no concurso de contos das Livrarias Curitiba.

 

Mateus Senna nasceu no calor do carnaval curitibano de 1993. É estudante de Letras na UTFPR e dá aulas de inglês e português. Reside na zona norte da capital.

 

Daniel W. Conrade (Daniel Conrade) nasceu em Paranaguá, em 1984, criado desde os primeiros dias entre rios e montanhas, em Morretes, também no litoral do Paraná. Ilustrador naturalista e editorial há quinze anos, autor do livro de poesia Luz, lançado de maneira independente sob o apoio do Instituto Mirtillo Trombini e Ministério da Cultura, em 2011. Escreveu para a Folha do Litoral e revista Ideias em 2014. Além de ilustrar, escrever e dar aulas de artes visuais, hoje é diretor de Turismo e Cultura na Prefeitura Municipal de Morretes.

 

Rafael de Andrade nasceu em Foz do Iguaçu, em 1993. Desde os 16 anos mora em Curitiba, Paraná. Atualmente cursa Comunicação Social – Jornalismo pela UFPR. É fotógrafo e escritor diletante.

 

João Lucas Dusi nasceu em Curitiba, em 1995. Aguentou cursar Jornalismo por seis meses. Já teve textos publicados no periódico RelevO e na revista Jandique. Atualmente, é estagiário do jornal literário Rascunho. Continua vivendo na capital paranaense.

 

Thiago Lavado nasceu em Foz do Iguaçu, em 1991, e mora em Curitiba desde 2009. Estuda Jornalismo na UFPR. Já trabalhou nas redações da UFPR TV e jornal Cândido. Abstêmio por opção, passa o tempo livre tomando café, pensando em novas tatuagens e tentando entender seu lugar no mundo.

 

Jornalista não é só quem está na bancada da TV ou nas páginas do diário; músico não é exclusivamente aquele que vende mais de cem mil discos; ator não é apenas o que figura na novela da Globo; jogador de futebol não é somente aquele que ganha um prêmio de loteria por mês. As profissões têm muitas vertentes, níveis de atuação, salários, degraus de sucesso, injustiças, particularidades.    

Sim, os 16 são escritores. Podem não vender como Paulo Coelho, ter outras duas ou três atividades para o sustento, mas isso não os desqualifica. Nunca. Aqui estão, senhoras e senhores, 16 escritores. Será um imenso prazer, para eles, serem conhecidos por vocês e vice-versa.


Lançamento

Livraria da Vila

Shopping Pátio Batel

18 de março

às 19h


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