Cultura
03.09.2015
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03.09.2015
29.05.15
O último romântico
Foto: Reprodução/site en.wikipedia.org

Em 28 de março de 1943, aos 70 anos, faleceu em Beverly Hills, na Califórnia, o pianista, compositor e regente Sergei Rachmaninoff. Mais um compositor que ficou para sempre marcado pelo insucesso inicial de suas composições sinfônicas. Rachmaninoff foi um menino extraordinariamente dotado para o piano, mas desde a juventude queria mesmo ser compositor. O fracasso de suas primeiras obras importantes, a Sinfonia nº 1 e o Primeiro Concerto para piano e orquestra, o abateu em profunda depressão. Anos de silêncio para superar. Ele acredita que saiu dessa através do tratamento com hipnose  do psiquiatra Nikolai Dahl.  Fruto de seu restabelecimento foi sua obra mais conhecida: o famoso Concerto para piano e orquestra nº 2 de 1901e dedicado a seu médico. O ar sombrio e dramático de muitas passagens desta partitura pode sugerir a titânica luta interior do músico para sair de sua prostração.

O êxito do segundo concerto para piano serviu para que o músico seguisse compondo e atuando como pianista e diretor de orquestra. Mas em 1917, com o triunfo da Revolução Soviética, decidiu exilar-se nos Estados Unidos, onde, sem abandonar de todo a atividade de compositor, desenvolveu uma triunfal carreira como concertista.

Mas voltemos à sua obra. Ouço a Sinfonia nº 2 de Sergei Rachmaninoff. Considerado o último grande compositor romântico russo, grande parte de sua obra foi composta antes da revolução russa de 1917. Sua carreira de compositor começou bem, a ópera Aleko teve boa recepção do público, até Tchaikovsky elogiou. Quando tentou a sinfonia a coisa desandou. Sua Sinfonia nº 1gerou críticas ferozes. Dizem as más línguas que o regente Glazunov tomou umas vodcas a mais no dia da apresentação e deu tudo errado. Anos depois voltou à composição, grande parte da obra é dedicada ao piano.

Rachmaninoff teve coragem de compor mais duas sinfonias. A número 2 é a mais conhecida do grande público. Quatro grandes e longos movimentos. O primeiro com tema trágico e melodias fluentes. O segundo movimento é um Allegro Molto e, apesar do tema angustiante, a orquestra pode alcançar na execução, o brilho ideal dessa peça. O Adágio do terceiro movimento tem uma intimidade nas cordas. O quarto movimento, com seu final explosivo encerra com grandiosidade a apresentação. Um desequilíbrio que tende para o lado dos metais, sempre eles têm mais força na apresentação, encobrindo as madeiras e as cordas.

O público sempre aplaude de pé. As senhoras que estavam tirando uma pestana, acordam, se empolgam com o final majestoso e soltam a mão.


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