Cultura
03.09.2015
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03.09.2015
17.10.12
Boca maldita de Bebeti
por Felipe Grimberg / Fotos: Daniel Snege

Marcel Proust, Edgar Allan Poe, Lima Barreto e outros dez ícones históricos da literatura clássica teriam prestigiado em carne e osso, se pudessem, o lançamento de “Bocas Malditas”, de Bebeti do Amaral Gurgel. O evento, realizado pela Travessa dos Editores, reuniu cerca de 300 pessoas na Saraiva do Shopping Crystal no último dia 28. Entre os convidados estavam escritores, jornalistas, professores, artistas plásticos e outras personalidades da capital paranaense.

Johanna e Edson di Bernardi, proprietários da Di Bernardi – Academus, primeira casa de leilões de Curitiba
Frida Zlotnik, Mozart Machado e Jayme Zlotnik com a escritora
Bebeti do Amaral Gurgel e Ligia Castro, professora de yoga
Bebeti do Amaral Gurgel e a drag queen Brigitte, hostess do evento
Bebeti, Christine Vianna Baptista, coordenadora do Sistema Estadual de Museus do Paraná, e Paulo Chamecki
Bebeti e a psicanalista junguiana Gisele Sarmento

Marcel Proust, Edgar Allan Poe, Lima Barreto e outros dez ícones históricos da literatura clássica teriam prestigiado em carne e osso, se pudessem, o lançamento de “Bocas Malditas”, de Bebeti do Amaral Gurgel. O evento, realizado pela Travessa dos Editores, reuniu cerca de 300 pessoas na Saraiva do Shopping Crystal no último dia 28. Entre os convidados estavam escritores, jornalistas, professores, artistas plásticos e outras personalidades da capital paranaense.

Com muita criatividade e talento, a jornalista imaginou, à moda de grandes nomes da literatura universal, como seria se esses ilustres vivessem em Curitiba. O resultado é uma obra recheada de contos originais e com uma boa pitada de erotismo.

Em “Bocas Malditas”, Bebeti se vale de linguagem fluida e enredo concreto para refletir a literatura desses grandes escritores sobre Curitiba. Desde os contos mais concisos, como “Franz Kafka em Curitiba”, aos de maior fôlego, caso de “Edgar Allan Poe em Curitiba”, o mais longo do livro.

O livro pode ser considerado erudito, mas sem perder o humor e a ironia, uma das principais características de Bebeti. Inclusive Paulo Leminski, poeta paranaense que dispensa apresentação, sempre dizia que ela era uma das poucas mulheres que escrevia com humor no Brasil. Este livro é a prova de que Leminski não estava errado e seria o primeiro a sorrir diante do invisível laço que une todos os contos num sopro álgido: o frio curitibano.

O livro recém-saído pela Travessa dos Editores é o 14º lançamento de Bebeti, que foi fundadora da primeira livraria feminista do Brasil. Por 15 anos viveu na Europa, entre países como Holanda, Alemanha e Inglaterra.

Como exercício literário, já escreveu contos para diversos suplementos nacionais do gênero. Segundo a autora, escolheu os escritores presentes nos contos de “Bocas Malditas” por afinidade com a literatura deles. “Por que uma pessoa escreve? Um escritor precisa ter uma inquietação para escrever, algo que mexe com você. E Curitiba mexe comigo, mais especificamente o clima desta cidade”, afirma.

Bem observa Helio Puglieli, jornalista e estudioso de literatura, “a façanha de Bebeti”, ao afirmar que “ao contrário de tantos escritores que querem fazer literatura aventurando-se pelo mundo da linguagem pela linguagem, sem transcender a mera arquitetura estilística, Bebeti do Amaral Gurgel vai diretamente ao centro de onde se irradiam as ânsias, os desejos, os patéticos sentimentos decorrentes da fragilidade humana”.


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