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Nascida no seio da política, com tom contestador, fundamental para divergência de opiniões, Maria Victória Borghetti Barros fez suas escolhas. Optou, como qualquer pessoa sensata, pela democracia, e pela política. Estudou hotelaria na Suíça, fez estágio na China, conheceu os sete mares, viajada e viajante viu muito pelo mundo. Agora, no Brasil, em Curitiba, é candidata à deputada estadual. Mais natural seria ir para Maringá e de lá fazer sua carreira. Como filha de Cida Borghetti e Ricardo Barros poderia muito bem herdar os votos, mas a independente e preparada Maria Victória quer trilhar seu caminho, construir seu castelo com suas pedras, e já começou. Ela é presidente da Juventude do Partido Progressista, tem uma escola bilíngue, almeja por meio da educação a mudança. E tudo isso com apenas 22 anos.

Em entrevista à Ideias, ela fala sobre os pais, sobre a sua estreia e seu futuro na política. Acredita estar pronta para assumir o cargo do Legislativo, em nenhum momento deixou-se intimidar pela pouca idade, sabe do que fala e numa mescla de confiança e determinação vem com tudo a expor seus projetos, suas ideias e ideais.

 

 

Você chama atenção por sua idade, é bem jovem. E o cargo de deputado é de uma relevância considerável. Por ser tão jovem e cobiçar algo de tanta responsabilidade, você sofre algum tipo de preconceito?

Não, de maneira alguma. Até agora nunca me senti assim, mesmo porque minha mãe foi deputada estadual e eu vou à Assembleia desde muito pequena, fico ali na Tribuna, então minha presença não é uma novidade para eles, a maioria me conhece e sabe quem eu sou. Quando começaram os rumores que eu seria uma possível candidata foi uma festa, começaram a dizer “chegou a hora, chegou a hora”, isso era esperado. As pessoas esperavam que eu seguisse os passos dos meus pais.

 

E pelos pais? Você se sente ofuscada?

Eu não levo isso de maneira negativa, pois tantos filhos são médicos porque os pais são médicos. Acho que é uma boa influência que você pega de casa. Também acho que os pais criam você para se tornar melhor do que eles. E se você escolhe a mesma profissão, acho que com tudo que você aprende, com as oportunidades que surgem, acaba fazendo a mesma coisa, mas de maneira diferente, com a sua própria personalidade, com seu jeito. Ninguém é igual a ninguém. Independente de seguir os passos do pai ou não, você será diferente. É bacana seguir o exemplo deles.

 

A sociedade em geral vê a política como algo sujo, cheio de vícios, e você é “sangue novo”, ainda não contaminado, portanto, se houver por um lado o receio da experiência, pode haver por outro a esperança do novo. Você trabalha em cima disso?

Meus pais são políticos, não posso bater de maneira direta no que está acontecendo. Tento mostrar de maneira oculta minha indignação com o que tem atualmente ocorrido para mostrar meu interesse de entrar na política. Com muito jeito, tento ajeitar isso.

 

Mas qual o problema em bater?

Eu sinceramente acredito que a minoria é corrupta na política, mas só que como qualquer notícia ruim espalha muito mais rápido. Os bons exemplos da política não são divulgados, por quê? Porque partem do princípio que eles estão apenas fazendo o trabalho deles, o que eles deveriam fazer.

 

Os políticos são pessoas públicas, sujeitos às críticas. Já pensou como você vai lidar com elas?

Cada político quando vai ao Congresso, ao Parlamento, está representando suas ideias, portanto, sempre haverá divergências. Tem gente que não vai estar satisfeito com o seu posicionamento e com a decisão que foi tomada, como em qualquer situação, sempre tem os satisfeitos e os insatisfeitos.

 

E sobre as eleições? Qual a sua perspectiva?

Estou bem otimista.

 

Sua bandeira de campanha é a educação, você disse que esse caminho é o mais certo para a melhoria da sociedade. Seu projeto diz respeito a isso. Você passará por dez municípios do Estado atendendo às necessidades das regiões. Você sabe quais são os dez municípios?

Os dez municípios serão escolhidos de acordo com o diretório estadual, por meio dos encontros da juventude. Cada diretor da provisória do partido vai organizar o movimento da juventude para nos receber e eles vão dizer qual o problema de cada região. Atualmente a bandeira da Juventude Progressista é o crack, porém a gente vai levar palestrantes e levantar questões de acordo com a necessidade de cada município, a partir da reunião já marcada. E aí cada município receberá um projeto atendendo às necessidades da região.

 

Curitiba é um dos municípios? Pois a concentração de usuários de crack na cidade é grande, a região do centro histórico mostra bem isso.

Pode ser. O crack tem cura, depende do estado. O Gustavo Fruet vai tratar os usuários no Hospital do Idoso né?!

 

Sim.

Quando eu li isso, achei um pouco esquisito. Mas depois achei interessante essa inclusão do usuário de crack num ambiente diferente. Porém, acho que faz mais sentido num hospital psiquiátrico. Não sei, talvez seja só eu...

 

E nesse curto espaço de tempo você fez bastante coisa, já é empresária. Quais foram suas realizações até agora?

Tenho uma escola bilíngue. Estudei na Suíça, fiz um estágio de seis meses na China; os dois primeiros meses lá foram bem difíceis, mas aí comecei a fazer mandarim e as coisas foram se ajeitando. A China é impressionante, hoje facilmente voltaria. Mas trabalhar para eles é complicado, pois não há um respeito com o horário. Aí fiquei também dois meses na França, para estudar francês.

 

Foto Manoel Guimarães




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