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O senhor venceu as eleições contra uma senadora ex-ministra Chefe da Casa Civil e um senador que já foi governador do Paraná em três oportunidades. A que o senhor atribui essa vitória já no primeiro turno?
Primeiramente, é o reconhecimento do paranaense. Fizemos um governo do diálogo e da transparência. Conhecemos o Paraná inteiro, os 399 municípios. E o eleitor está cada vez mais consciente, não quer saber de ataques, posturas agressivas, maledicências ou baixarias. Quer propostas, e foi isso que fizemos nestas eleições: uma campanha propositiva, franca, sem promessas vagas e utópicas.
Tivemos a humildade de mostrar soluções para um segundo mandato. E foi a partir disso que crescemos. Vimos, com muito orgulho e satisfação, que todo o trabalho feito entre 2011 e 2014 foi reconhecido pelo povo do Paraná. E essa campanha acirrada, contra, especialmente, dois candidatos de expressão, só aumenta minha responsabilidade para este segundo mandato.

O senhor formou uma coligação com 17 partidos. Qual a importância desta articulação na vitória?
Eu acho que foi uma soma de fatores. Fizemos um governo franco, acessível e democrático. Tratei os prefeitos com respeito, fiz questão de ouvir o líder de cada cidade independente de seu partido. Não transferi para os prefeitos a mesma discriminação que sofri do governo federal.
Vale lembrar, tive coligações do mesmo porte em outras oportunidades: de 14 partidos na primeira eleição para o governo, em 2010, e de 11 partidos na reeleição da prefeitura de Curitiba, em 2006. O que mostra que nossa gestão, desde quando era municipal, sempre foi aprovada e esteve em evidência. Então essa coligação expressiva acaba sendo uma consequência da boa relação com os prefeitos de todas as regiões. É um resultado de um tratamento de respeito, acima de tudo. Sem distinção por região ou partido.

Quais foram os erros do primeiro mandato?
É impossível um governante acertar integralmente a execução de suas propostas. Como eu digo, só não erra quem não faz. Considero que não erramos em situações específicas. Mas em algumas questões gerais falhamos pela ânsia em resolver tudo de maneira imediata.  Por isso é necessário ter humildade para admitir falhas e corrigir a rota.
E é justamente para identificar e poder fazer essa correção de rota que nós realizamos um governo acessível e presente. Uma vez que você está sujeito a falhas, é fundamental que você também esteja disponível para ouvir as pessoas e conhecer os municípios do Estado, as carências e necessidades de cada região. Por isso, nesses quatro anos, estive nos 399 municípios, para ouvir os anseios da população, receber representantes e líderes de cada segmento da sociedade. Vimos que não se faz um governo sem conversa, sem o debate de ideias.
Agora, para a nova gestão, estamos mais afinados e experientes. De modo que a expectativa para os próximos quatro anos são as melhores possíveis.

Uma das principais críticas de seus concorrentes foi a situação financeira do Estado. Quais serão as providências para equilibrar as finanças?
Vale ressaltar, entraremos em 2015 com uma situação muito mais favorável do que quando eu assumi o Estado em 2011.  Assumi o governo com 4 bilhões e meio de dívida. Conforme pode ser visto em um levantamento do Portal UOL, que apresenta as dívidas de cada Estado, o Paraná foi um dos que mais reduziu o débito. Tínhamos 89% de comprometimento com a dívida da receita, agora temos 55%. Essa redução significa que quitamos 4,1 bilhões de reais. Agora, a casa está em ordem e as finanças mais equilibradas. Com uma economia mais estabilizada, apesar da instabilidade financeira do país, posso afirmar, seguramente, que o melhor ainda está por vir.
Além disso, continuaremos com as medidas que estamos tomando desde que assumimos o governo. Determinei aos secretários a redução de pelo menos 15% do gasto, alcançamos 19% de corte. E é fundamental a manutenção do processo de enxugamento da máquina pública, reduzindo e eliminando estruturas para ter uma administração ágil, eficiente e econômica. Apesar da autonomia que a nossa economia tem, que conquistamos com um novo estilo de governar, precisamos estar preparados para as possíveis consequências da diminuição da atividade econômica brasileira.

O secretariado passará por mudanças?
A tendência é que as mudanças sejam mínimas, até porque estamos muito satisfeitos com o desempenho apresentado pelas Secretarias. Mas somos exigentes, queremos sempre os melhores números possíveis, sintonia fina. Por isso, para esse novo período, vamos fazer pequenos ajustes, para garantir uma gestão com menos gastos e mais eficiência.

Quais são as metas e os projetos sociais para este novo mandato?
Temos projetos para executar em todas as áreas. Continuaremos com nosso trabalho na Educação, na Saúde e na expressiva geração de empregos, que foi uma das marcas da nossa gestão. Isso repercute diretamente na área social, a partir do momento em que você dá a oportunidade do paranaense ter acesso a uma educação de qualidade e oportunidade no mercado de trabalho.
Além disso, temos programas que atendem famílias em situação de extrema pobreza. Para os próximos quatro anos, a intenção é chegar ao número de 200 mil famílias beneficiadas pelo programa Família Paranaense.
Este foi um programa muito bem-sucedido em função de sua abrangência. Inclusive o Aécio já inseriu o projeto no seu plano de governo: vai se chamar Família Brasileira.

Qual a diferença deste programa para o Bolsa Família, do governo federal?
É um conceito diferente, pois no Paraná o programa não tem uma finalidade de assistencialismo nem manutenção da pobreza. Não queremos criar vínculo de dependência dos mais necessitados com o poder público. Por isso criamos esse projeto que é uma porta de entrada e saída, pois o benefício está condicionado a uma série de exigências, entre elas os filhos estarem matriculados na escola, com frequência comprovada. Além disso, o pai de família precisa estar no programa de capacitação profissional e qualificação de mão de obra, de modo que, em dois anos, possa concluir a capacitação e ser inserido no mercado de trabalho, com renda própria.

Como o senhor enxerga a nova composição da bancada da Assembleia Legislativa?
É inegável que o PSC teve um desempenho extraordinário, impulsionado pelo Ratinho Junior, que é um líder de muita expressão. Isso acarretou em mudanças, alguns partidos acabaram tendo a bancada reduzida. Mas, independente da nova composição, sempre tive muito respeito no relacionamento com o Legislativo, inclusive com os deputados da oposição. O trabalho da oposição na Assembleia Legislativa é fundamental para o processo democrático e para a discussão política. Por isso espero que, mesmo com essa nova composição, o debate continue sendo democrático e que a discussão de ideias continue no protagonismo da casa.

Para 2018, o senhor pensa em tentar uma vaga no Senado?
Gosto de pensar no presente. Ainda nem terminei meu primeiro mandato. Não sou favorável a esse costume que os políticos têm de disputar uma eleição já pensando no pleito seguinte. Meu maior compromisso não é com minha carreira política, mas sim com os compromissos firmados com a população que me elegeu e com meu atual mandato. Minha prioridade é corresponder à expectativa daqueles que confiaram em mim, e depositaram no nosso governo sua esperança. E o futuro acaba sendo uma questão de consequência: se você cumprir o seu papel no presente, certamente terá novas oportunidades.

Tem muita gente que especula que o senhor pode ser um futuro presidenciável do PSDB...
A exemplo do Senado, acredito que esta não seja uma questão para agora. Temos ótimos nomes no PSDB, como o Aécio Neves, que fez um belíssimo trabalho em Minas Gerais e vai ser o nosso futuro presidente da República. Me sinto honrado quando aparecem com essa aposta, mas acho que é mais em função da euforia de uma vitória empolgante no primeiro turno, contra dois candidatos de bastante expressão.

E falando em Presidência, qual será sua participação na campanha do Aécio?
Não vou medir esforços para ajudar o Aécio nesta reta final da disputa presidencial. Ele já mostrou ser um homem experiente, um gestor qualificado, pronto para assumir a Presidência do Brasil. Conseguimos, com muito trabalho, muito diálogo e debate, que o eleitor paranaense confiasse o seu voto no PSDB tanto na escolha para governador, quanto para presidente. Aqui, no Paraná, o Aécio teve um dos maiores índices de votação, e isso também é um indício de que o eleitor paranaense aprova a gestão estadual do PSDB e quer uma mudança no comando do país. Então vamos tentar manter essa votação no Paraná, que foi determinante para a virada da corrida presidencial.
Ele foi o candidato mais presente no Estado. Foi o que mais esteve aqui e firmou compromissos com a população. Este vínculo é muito importante, é fundamental termos um presidente que olhe para o nosso Estado e entenda as necessidades da região. O Aécio já assumiu o compromisso de ajudar o Paraná, e compensar a dívida que o governo federal tem com o Estado.
Minha vitória só vai ser plena após a confirmação da eleição do Aécio, que vai ser importante para os brasileiros e fundamental para os paranaenses. Por isso vou trabalhar nesta campanha para mostrar não só ao paranaense, mas para todo o povo brasileiro, que o Aécio é o candidato mais preparado para colocar o Brasil na rota do crescimento novamente.
Vou ajudar no que for possível, dentro das minhas possibilidades. Mas o protagonista é ele.

Qual é o legado que o senhor pretende deixar para o Estado ao final de 2018?
Visitamos os 399 municípios do Estado e procuramos ouvir a necessidade de cada região do Paraná. Conversamos com prefeitos e líderes de todo o Estado sem distinção partidária nem discriminação. Por isso queremos deixar um legado de uma gestão que fez e que realizou, principalmente, projetos que transformaram a realidade social de todo o Estado.
Para mim, a razão de uma administração pública é realizar ações que melhorem a vida do cidadão, principalmente daqueles que mais precisam do poder público para ter uma vida melhor e mais digna. Esta é a finalidade do nosso trabalho, e este é o legado que deve ficar para o Paraná em 2018.




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