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A Rio+20, Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, mobilizou centenas de chefes de Estado, ministros, cientistas, curiosos, caciques, pajés e militantes ambientalistas e dos movimentos de defesa das minorias e assemelhados. Todos unidos para salvar o planeta. Convictos de que ali compareceram para evitar o fim do mundo.

O resultado político esperado foi chinfrim. Tanta gente em torno de um tema polêmico não conseguiria extrair um documento do agrado geral. Saiu um manifesto de intenções muito aquém do desejado pelos ecochatos e muito radical em alguns pontos para os governantes dos países emergentes que precisam crescer para sair da miséria.

Pois, pois, o tema é palpitante. Há milênios atemoriza os terráqueos. Mas nas últimas décadas voltou com força. Virou tábua de salvação da esquerda que perdeu bandeiras com a queda do muro de Berlim. Já não há utopias convincentes no mercado. Restou a luta para impedir que o capitalismo selvagem destrua florestas e espécies raras.

Mas nem tudo é sinistrose neste vale de lágrimas e temores. Na área científica há vozes amparadas na pesquisa e no conhecimento que desmascaram as visões aterrorizantes que nutrem manobras de governantes e políticos de um lado, com seus interesses, e a horda de fanáticos do Apocalipse de outro.

O professor Ricardo Augusto Felício é um desses corajosos cientistas que preferem a verdade a fazer média com os arautos do fim do mundo. Ri a bandeiras despregadas das teses dos ambientalistas. Diz que o aquecimento global é “história para boi dormir”, que o protocolo de Kyoto “é uma grande besteira” e que Al Gore, o ex-vice-presidente americano que fez o documentário “Uma Verdade Inconveniente”, sobre os perigos da elevação das temperaturas no planeta, não passa de um “charlatão”.

Felício tem cacife para dizer tudo isso. É bacharel e mestre em meteorologia da Antártida, onde já esteve para duas temporadas de pesquisas, além de doutor em climatologia da Universidade de São Paulo. Respeitado no mundo todo. Ele não está só. Agora mesmo, corre em todos os centros de pesquisas da área um documento que já colheu mais de 11 mil assinaturas de cientistas pesquisadores do clima para alertar governantes e o distinto público sobre as falácias das políticas de sustentabilidade.

Felício repudia a tese do aquecimento global e afirma, com toda a convicção, que buraco na camada de ozônio é algo equivocado, pois sem a incidência do sol, ela simplesmente não existe, é um estado transitório. Sempre com argumentos fortes. “Não é teoria da conspiração, é mentira mesmo. São vários os interesses. O discurso da mídia está sempre pautado no medo, na morte e no futuro. A gente fica evocando os maiores medos da humanidade”, explica. E isso dá audiência, vende jornais e justifica programas e recursos públicos para assegurar empregos, cargos e “mamatas”, além do turismo feito pelos participantes de movimentos do tipo à custa de verbas públicas.

É uma voz discordante. Corajosa. Veja a seguir a entrevista com Ricardo Felício, o climatólogo da USP, que enfrenta os mitos e lendas criados por falsos profetas, como diz ele.

Ideias: O aquecimento global não existe?

Ricardo Felício: É história para boi dormir. Primeiramente, pela hipótese que se utiliza: essa história toda de efeito estufa, que aí incrimina o gás CO2, aquele que alimenta toda a nossa vida, e está entre os que absorvem a radiação infravermelha, deixando a Terra ainda mais quente. Mas isso aconteceu sempre em toda a história do planeta. A taxa de CO2 é extremamente pequena, em torno de 0,033% a 0,035%. É tão ridículo! E estamos falando de todo o CO2 do planeta. Para você ter uma noção, a atividade humana é menor que a dos insetos. Não dá para engolir mais essa história. É uma física impossível. Se isso acontecesse os cientistas já teriam montado algum equipamento nesse sentido, justamente para captar essa energia extra.

Quem mais pensa assim?

O climatólogo canadense Timoth Oke, famoso por contrariar a tese coletiva do aquecimento global, diz que nós confundimos essa ideia de green house (casa verde) com glass house (casa de vidro). Porque a energia entra naquela casinha de vidro, esquenta o ar, mas ele não sai lá de dentro. O efeito estufa é um efeito que diminui, ou até anula a dinâmica de fluido de atmosfera. Você está dentro do carro, com vidro fechado: você vai morrer porque você está com calor. Abriu o vidro, caem 20 graus quase que automaticamente.

E os outros gases, como os CFCs?

Essa besteira que inventaram e que foi o protocolo de Montreal, que antecedeu outra besteira que foi o protocolo de Kyoto. Criaram até delegacias nos Estados Unidos para não se usar CFC. Você torna o gás um vilão, que quem usa tem que ser preso para não destruir a camada de ozônio. Chegou-se ao ponto de se confiscar produtos, como desodorantes, que usavam esse gás. Resumidamente, é queda de patentes: é um gás altamente benéfico para a indústria, não reage com nada. Quando ele cai no mar, as próprias bactérias o destroem, segundo o último artigo científico que li. A quantidade de CFC é irrisória.

Mas não causa buracos na camada de ozônio?

Mudança climática não é ciência consolidada. Lá na Inglaterra já está saindo do currículo escolar. Mas para nós aqui, que somos país de Terceiro Mundo, continua se ensinando esta besteira. O que existe na atmosfera é nitrogênio e oxigênio. O tal do ozônio é um estado transitório quando a energia solar incide sobre a atmosfera. O ultravioleta categoria C, por propriedades da molécula, age sobre o O2. É bem simples o que eu vou dizer: ele reage, e gera o ozônio. Ele é transitório. Quando não tem energia, não forma. Sem sol, não tem camada de ozônio. É um ciclismo rápido. Quando não tem luz, não tem ozônio.

Você já viu, certamente, o documentário “Uma Verdade Inconveniente”, do ex-vice-presidente dos EUA, o Al Gore?

Ele é um sem-vergonha! Charlatão! Ele é dono da bolsa climática CCX (que cuida de créditos de carbono), que está desmoralizada, porque sua história é irreal. O filme e o livro são proibidos de entrar nas escolas do Reino Unido. A alta corte britânica proibiu, você sabia disso? Porque tem pelo menos 10 inverdades ali. Aqui você vai a qualquer escola e tem gente ensinando e falando do filme daquele idiota mal intencionado.

Quais inverdades são essas?

Uma é a do próprio efeito estufa, ao mostrar que os efeitos meteorológicos estão ficando severos. Poxa, gente de velha guarda dos Estados Unidos que estuda tornados e furacões há décadas mostra que isso não existe. É o processo da desinformação. Colocam um cientista político corrupto por trás, que vai na história que você quer escutar. Eu estudo há anos a Antártida e já estive lá duas vezes. Os anos de 2007 e 2009 foram os mais frios, quebrou-se recorde de 1941. Justamente no ponto em que eles dizem que mais se aquece, que é a península Antártida. O pessoal do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que trabalhava sério com as informações de meteorologia, nos últimos 15 anos mostrou que a temperatura estava baixando. Só que fecharam a estação deles! Quando a informação não convém, fecha-se.

Acho que algumas pessoas que lerem esta entrevista vão ter a impressão de que você fala de uma teoria da conspiração.

Não é teoria da conspiração, é mentira mesmo. São vários os interesses. Você vai me desculpar, mas o discurso da mídia está sempre pautado no medo, na morte e no futuro. As pessoas vão morrer! A gente fica evocando os maiores medos da humanidade.

Você está dizendo, fazendo um comparativo, que a ideia de aquecimento global é igual à dos armamentos de destruição em massa que o ex-presidente americano George W. Bush usou como justificativa para invadir o Iraque? Ou seja, a teoria do medo?

Exatamente. É o controle das pessoas. Você justifica qualquer ação governamental com isso. Esses caras estão passando por cima de tudo, estão legitimados porque estão salvando o planeta. Você está abrindo precedentes para se salvar o planeta. Passa por cima de lei, de controle de recursos naturais. O medo legitima a implementação de qualquer coisa, e ainda serve de desculpa que não deu para fazer algo que deveria ser feito. Teve enchente? Poxa, desculpa, quem mandou você usar o seu carro? Mudou o clima do planeta: se você não usar a sua lâmpada de led você vai ter um desastre de enormes proporções. Agora inventaram até essa história de proibir sacolinha plástica (a distribuição em supermercados) para obrigar as pessoas a gastar mais dinheiro.

Você também é contra isso? Mas o plástico demora mais de 100 anos para se degradar no ambiente.

O planeta é muito mais sofisticado do que a gente acha. Já existem vários mecanismos na espreita aproveitando a oportunidade. Já ouviu falar das leveduras negras? São bactérias que comem até petróleo. Esse papinho que não pode usar plástico é bomba relógio elitista, porque os pobrezinhos não vão poder mais usar. Vai fazer as pessoas gastarem dinheiro para se comprar plástico? É uma sem-vergonhice! Daqui a pouco vão falar que o aquecimento global começou com as sacolinhas. Temos tecnologia para chegar no lixão e eliminar o plástico. Poxa, já temos bactéria que come até petróleo! É a velha máxima: ‘Está com dor de cabeça? Corta a cabeça’.

Por que não usaram essa tal levedura no derramamento de óleo do golfo do México, então?

É como eu disse: tudo uma questão de interesse. Sempre é assim. Já estou abstraindo dessas coisas. Não dá.

O que você achou da Conferência das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20?

Minha opinião é a pior possível. O que vamos deixar para os filhos? Rio+50, Rio+infinito? Isso é literalmente manter as colônias daqui sob o domínio europeu. Em 1492 vieram com o espelhinho vender para a gente, agora vêm com essa mentira. É a ‘mamata’, meu velho. A cada 20 dias tem uma reunião num lugar exótico: você não adoraria viajar? Copenhague no Natal? Nunca vamos resolver esse problema porque é a ‘mamata’ e não precisa de nenhum cientista para falar isso. O mito tem poder porque as pessoas acreditam. Aí eu quero ver quem é que vai por o nomezinho para se responsabilizar. Em ciência, quem faz afirmação é que tem que provar. Isso é um princípio, o cético não tem que provar, a gente pede a prova. Não tem prova nenhuma, isso é o pior.

O que você pretende fazer sobre isso?

A pior coisa para um cientista é ter que se ocupar em desmentir besteiras e bobagens ditas em nome da ciência. Passo o bastão para quem quiser. Queria ficar no meu cantinho, fazendo minha pesquisa, trabalhando sossegado. Mas é muita patifaria. Sou humanista. É o destino da humanidade por outro viés. O planeta vai muito bem, obrigado. Vai continuar por aqui quando nós já tivermos desaparecido. Já tem um monte de livros aí na praça. Procura na internet. São 35 mil oceanógrafos, meteorologistas dos EUA. Muita gente que não aceita essa hipótese. Não tem mais o que falar: tem que encerrar esse assunto. São dois mil anos de assunto, chega! Temos que nos preocupar em resolver os assuntos da humanidade, como os recursos hídricos para resolver a condição das pessoas na seca. O resto é bobagem.




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