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Até alguns meses atrás, a primeira lembrança que eu tinha do Alex em um campo era um gol de placa contra o São Paulo ainda pelo Palmeiras. Naquela noite, em 2002, ele já dava mostras de que seria uma referência de bom futebol para os amantes do esporte. Depois disso, ainda encantou Belo Horizonte durante sua passagem pelo Cruzeiro e se tornou uma espécie de divindade na Turquia, onde permaneceu por quase nove anos. Assim como qualquer ser humano, também enfrentou períodos obscuros, como sua curta passagem pela Itália e pelo Flamengo. De qualquer forma, a cada dia que passava, ficava a sensação de que ele estava mais distante do Coritiba.

Mas 18 anos depois, Alex está em casa novamente. E é só mais um capítulo de uma história de admiração mútua. Hoje, quem está nas arquibancadas do Couto Pereira enxerga um dos seus em campo porque nas duas últimas décadas tudo o que ocorreu na vida de um torcedor do Coritiba sempre veio acompanhado de alguém mais velho dizendo “o Alex um dia vai voltar’”. E agora podemos afirmar que a maior profecia de uma arquibancada paranaense foi cumprida: o Alex voltou. Não apenas por gratidão, mas também por grandeza de espírito.

Em entrevista exclusiva à Revista Ideias, ele demonstra consciência de sua importância para o clube e em nenhum momento perde o bom humor. Dentre outros temas, Alex fala sobre a emoção do primeiro título conquistado com a camisa do clube do coração, sua conturbada saída da Turquia, seleção brasileira e aproveita para criticar a estagnação do futebol paranaense. Confira a seguir.

 

Ideias: Quase um semestre depois, quais as suas impressões sobre o futebol paranaense?

Alex: Dentro de campo mudaram algumas coisas, mas nada significativo porque continuei acompanhando pela televisão enquanto estive fora. O que me surpreendeu negativamente é que, em se tratando de organização, continua a mesma bagunça. Passaram-se 15 anos e não mudou nada. A Federação Paranaense segue cada vez mais enfraquecida, os clubes andando separados, ninguém consegue sentar junto para tomar um café e trocar uma ideia e isso em 2013 me entristece bastante. Confesso que esperava alguma evolução nesse sentido, mas estagnou de uma forma deprimente.

Dentro desse contexto, a rivalidade deve existir apenas dentro de campo?

A rivalidade é nos 90 minutos. Acabou o jogo, quem foi melhor comemora, quem não foi vai trabalhar para melhorar. Fora das quatro linhas, os clubes precisam conversar. Os profissionais trocam ideias: treinadores conversam entre si, preparadores também e por aí vai. Agora, presidentes e diretores precisam sentar e conversar. E cabe à Federação intermediar algo nesse sentido, seria o trabalho dela. Não podemos decidir um campeonato com um clássico para 4, 5 mil pessoas. Isso é uma vergonha. No jogo da ida, eu e o Renan Foguinho chegamos ao juiz e perguntamos quanto faltava para acabar. Ele respondeu “ainda tem 30 minutos”. Nós dissemos “mas ninguém mais enxerga a bola!”. Ele ainda brincou: “vocês querem que eu termine agora?”. Levamos na brincadeira, mas olhando seriamente, em uma decisão de Paranaense, isso não pode acontecer. Afinal, você não oferece uma boa situação para o seu torcedor. Nessa história toda, o único que teve boa vontade foi o Paraná Clube, que ao menos ofereceu um local. E mesmo assim foi ruim para a imprensa promover, porque não sabiam em que lugar seria o jogo. O torcedor não pôde se programar, porque três dias antes ele também não sabia onde seria o jogo. Nesse sentido, realmente ainda temos muito a melhorar.

E qual a sensação após o primeiro título conquistado? Em entrevistas anteriores ao seu retorno, sempre disse que sonhava em ser campeão aqui. O que aconteceu este ano lembra o que aquele garoto que saiu em 97 sonhou?

Claro! É a realização de um sonho. Algo de menino, de moleque mesmo. Tudo bem, olhando os títulos que conquistei em minha carreira, o Paranaense não é o mais importante. Se dissesse isso seria demagogia. Mas ele é diferente. Fui campeão de uma Libertadores com o Palmeiras, mas nunca tinha sido palmeirense quando criança. Nunca tinha sentado em frente à televisão para ver um jogo do Palmeiras. Fui no Couto Pereira adolescente um milhão de vezes. Vi o Coritiba ganhar, vi o Coritiba perder, tive todo esse sentimento de torcedor. Então, é a realização de algo que demorou 18 anos para acontecer.

O que passou na sua cabeça quando viu o Coritiba atrás no marcador, no Couto Pereira, com menos de 10 minutos de jogo? Em algum momento achou que não iria conseguir?

Sim, passa isso pela cabeça. Começa o jogo, teu goleiro toma um frango e você acaba pensando “Pô, não vai acontecer. Ferrou mesmo”. Mas esse é o momento e é mais o lado torcedor. Em contrapartida, após esse instante, falei para o Deivid para darmos uma tranquilizada na rapaziada que nós jogávamos por uma bola. Ela apareceu e empatei o jogo. Nessa hora, você olha o contexto do jogo e isso acaba se refletindo nos jogadores. Aquele “ferrou” que usei com o Vanderlei, passou para o lado adversário com uma intensidade três vezes maior. E ali eu pensei “não tem mais jeito de o Atlético voltar para o jogo”. Tanto é que depois do empate eles não fizeram mais nada.

Olhando agora friamente, após o gol de empate, foi mesmo um título tranquilo. Entre 20 minutos do primeiro tempo e o apito final, o Atlético teve poucas chances de finalização.

Sim. E eles escaparam de tomar mais gols. Foram duas bolas na trave, algumas jogadas que, se nós precisássemos marcar, talvez tivessem se desenvolvido de outra forma.

Em algum momento vocês trataram a disputa de maneira distinta pelo Atlético estar com um time dito “Sub-23”?

Não. Era um título histórico. Estávamos nos preparando para ganhá-lo desde o último jogo do ano passado, contra o Figueirense. Nossa comissão técnica organizou toda a pré-temporada, começou a estudar o momento em que eu iria estrear. Tudo foi muito planejado para ganharmos o primeiro turno de qualquer forma e então pudéssemos ter tranquilidade para colocar todo mundo para jogar. Demos a importância para o campeonato que ele realmente tinha, porque o último tetracampeonato do Coritiba havia sido na década de 70. Sabe-se lá quando vai acontecer. Até concordo que hoje, algumas semanas após o título, talvez estejamos falando mais de outras situações, como Copa do Brasil ou Campeonato Brasileiro, mas daqui a 20 anos os torcedores vão falar daquele tetracampeonato de 2013. Assim como ainda falamos do tetracampeonato do Paraná na década de 90. Quando meu filho que hoje tem três anos tiver 13, irá se lembrar daqueles momentos que viveu durante esse jogo. E todo este contexto já abre uma brecha para o campeonato do ano que vem. Então não adianta tentar me convencer de que era um jogo qualquer, uma final qualquer. O Campeonato Paranaense é fraco e a Federação é ruim? Sim. Mas manter uma hegemonia não é algo fácil.

Ao longo do campeonato, o Marquinhos sofreu diversas críticas fundamentadas em uma suposta inexperiência...

O trabalho dele é bom, o resto é conversa mole. Sinceramente, o único treinador que estranhei foi o Zico. Porque era o Zico! Demorou uns seis meses para eu me tocar que era meu treinador e não o camisa 10 do Flamengo. Olho para o Marquinhos do mesmo jeito que olhava para o Aragonés, que tinha 70 anos. Só o vejo mais novo fora do campo, lá dentro ele é nosso treinador e a hierarquia existe. Ele é superinteligente, exige a hora que tem que exigir e alivia quando tem que aliviar. Também tem algo ótimo, mas que aqueles que observam de fora não conseguem associar: ele trabalhou com moleques por muito tempo, então a didática dele é moderna, não é um treinador viciado, com conceitos fechados. Quanto a ser criticado, vai ser bom para ele, vai ficar calejado. Não é nem que o torcedor do Coritiba é muito chato, curitibano é assim mesmo! (risos)

Qual das Copas você se sentia em melhores condições para disputar: 2002 ou 2006?

2002. Participei das eliminatórias inteiras, estava presente em todas as convocações. O Felipe tinha sido meu treinador durante três anos, fomos campeões juntos. Em 2006 não tinha tantas expectativas. Em 2004 conquistamos a Copa América e tive uma conversa com o Parreira. Dentro dessa conversa, ele começou a desenhar o time e disse que ficaria difícil me encaixar. Mas ele abriu o jogo, foi sincero, algo 100% limpo. A minha preparação para 2006 foi que, se fosse convocado, seria uma surpresa. Já em 2002 não.

Em 2010, as expectativas já estavam zeradas?

Sim. O Dunga tinha passado três semanas na Turquia e viu três jogos do Fenerbahçe. Na época eu estava jogando bem. Na sequência saiu uma convocação, ele não me chamou e desencanei. Mais por ele ter passado esse período lá e não ter mudado de ideia. Mas a Copa que eu achava que poderia disputar era a de 2002.

Isso te frustra de alguma forma?

Me frustrou lá atrás, quando ainda era algo muito vivo. Agora já se passaram 11 anos. E jogadores que jogaram muito mais do que eu também não disputaram uma Copa. E, olha, há um milhão de coisas no meio do caminho para um treinador levar 23 jogadores que não vou entrar no mérito. Também há milhões de histórias que ouvimos... Depois de tanto tempo no futebol, pode apostar: tem tanta coisa mais importante para você se frustrar do que uma situação como essa.

Tipo?

Não, deixa isso pra lá (risos).

E 2014?

Não, nenhuma. Em 2014 estarei fazendo churrasco com o Raul [fisiologista do clube que acompanha a entrevista]. Não é Raul? Onde vamos estar na Copa? Vamos viajar ou ficar por aqui? Ele ainda acha que vou para a Copa do Mundo, mas não vou não. Fui para a Seleção a última vez em 2006, seis meses antes do Mundial da Alemanha. Tudo isso vai diminuindo com o tempo. Pensava muito em seleção, mas depois você não é mais convocado com tanta frequência e posteriormente chega o momento em que você para de ser convocado. Então você não pensa mais nisso. Até mesmo porque a idade vai chegando, vão surgindo outros jogadores.

Mas esse discurso de “renovar para uma Copa” não é meio errado? Por que eu não poderia levar um jogador como, por exemplo, o Zé Roberto [meia do Grêmio, atualmente com 38 anos] que está comendo a bola, se a disputa dura um mês e serão no máximo sete jogos?

Concordo, também acho isso. Só que um treinador nunca irá montar o “time do momento”. Treinador monta o time ao longo de um período. Se você não está indo ao longo desse processo, dificilmente irá no final. Para ir no final só sendo um moleque que surge bem pra caramba. Como o Ronaldo em 94. Em 2010 o Neymar poderia ter ido. Não foi porque o Dunga bancou dentro dos critérios dele. Em 90, o Neto voava, mas o Lazaroni levou o Bismarck, que era um menino surgindo no Vasco. Há vários exemplos nesse sentido, mas um mais velho... Não é mais algo que fica me corroendo. Hoje só quero jogar bola e me divertir.

Durante todo seu processo de saída da Turquia, você chegou a declarar que via o futebol de uma forma diferente do Aykut Kocaman, seu treinador na época. O que seria essa forma diferente?

Ele era um treinador que não trabalhava. Nada! Não trabalhava nada. Entrou com uma ideia de que o time precisava correr muito. Correr 11, 12 km por jogo. Disse “ok”, mas nós temos que trabalhar para que então a maneira de jogar acabe naturalmente acontecendo desse jeito. Sendo sincero, ele dava treinamentos que eu achava que não serviam para nada. E comecei a discutir isso com ele. Chegou um momento que a relação ficou insustentável. Ele disse que não poderíamos mais trabalhar juntos, que ele era o treinador e eu um grande nome da história do clube que não concordava com nada do que ele fazia e falava. E eu realmente não concordava. Durante todo o período dele como meu treinador, a ideia era me tirar do time. Só que ele não conseguia, porque terminou um ano e eu fui o artilheiro do time. No outro, fui líder em assistências. Chegou uma hora em que ele precisava tomar uma decisão e escolheu não contar mais comigo. Só que ele quis que eu fosse treinar com os juniores. Não topei porque não tinha feito nada de errado, só não concordava com ele. E têm várias maneiras de você me fazer concordar com suas ideias, a partir do momento que nós vamos trabalhar em cima delas. Agora, encher linguiça e enganar os outros eu não quero, porque era isso que nós estávamos fazendo, estávamos enganando os outros.

Te surpreendeu a dimensão que tudo isso tomou?

Ainda surpreende. 15 mil pessoas na porta da minha casa, aquela multidão no aeroporto. Sempre falei para a minha mulher que em maio [de 2013], quando acabasse o contrato, iríamos embora. Ela dizia: “Alex, você não vai sair assim. Você não consegue dimensionar tudo que aconteceu aqui nesses oito anos”. Na minha cabeça, só jogo bola. Não é nada além disso. E até hoje não entendo. Os turcos continuam me acompanhando, visitam o CT, na pré-temporada em Foz do Iguaçu tinha um monte, toda hora chega presente. Minha filha fez aniversário e chegou um monte de presente para ela. Mesmo agora, vendo de fora, ainda não consigo entender o tamanho dessa loucura.

Há alguma explicação lógica para o tamanho dessa idolatria?

Olhando o óbvio, eu não fiz nada de diferente. Você pode argumentar que fiz muitos gols e dei várias assistências. Mas e qual é minha função? É jogar bola. Posso te dizer, sinceramente e sem falsa modéstia, que joguei muita bola na Turquia durante esses 8 anos e meio. Mas era só o meu trabalho. E não ganhei nenhum título absurdo, não teve nada de extraordinário. O pessoal fala do meu comportamento, de como agia com a minha família. Mas também foi tudo muito natural. Não vejo nada de anormal em minha mulher ir aos jogos, em meu filho ir ao treino comigo. O povo ficou ensandecido quando nós escolhemos uma escola turca para as crianças. Mas escolhemos porque dentro de todas que visitamos foi a melhor que encontramos. Ficaram loucos quando minha filha cantou o hino turco. Mas ela cantou porque era do cotidiano escolar dela, não foi nada forçado ou pensado. O que fiz, desde o começo, foi viver aquela cultura. Então era só nos adequarmos à cultura deles, vivermos da maneira que eles vivem. Só isso, não fizemos nada de espetacular.

Quando você decidiu que jogaria pelo Coritiba?

No meio daquele turbilhão de emoções pós-rescisão. Já tinha proposta do Ximenes no meu e-mail há três meses. Só tinha que decidir se era realmente aquilo que queria. Quando rescindi com o Fernerbahçe foi aquela coisa louca, gente invadindo minha casa, dormindo no meu quintal. Ao mesmo tempo, a torcida do Cruzeiro coloca sete mil pessoas na rua pedindo minha volta. Achava tudo isso muito doido, não conseguia absorver. E nisso ouvi doze clubes brasileiros. Pessoas me ligavam e eu ouvia. Mas a proposta do Coritiba já estava no meu computador e eu sabia que aquilo era o máximo que o clube poderia me pagar. E também sabia que se pedisse o triplo em qualquer outro time que estava me ligando, eles pagariam. Nesse choque todo falei para minha mulher que precisávamos nos acalmar e organizar tudo, ou poderia virar uma bagunça ainda maior. Quando voltei para o Brasil, já tinha decidido pelo Coritiba. Mas queria, de uma maneira educada, dispensar as propostas do Palmeiras e do Cruzeiro, afinal, tenho uma relação com esses clubes e ainda não tinha dito “não” para eles. Respeito o que eles me deram, queria dizer pessoalmente. Queria dizer para o César Sampaio, que era diretor do Palmeiras e tinha sido meu capitão quando ganhamos a Libertadores, pessoalmente. O presidente do Cruzeiro tinha sido diretor na época que passei por lá e eu queria responder com calma. Mas o Cruzeiro se antecipou, foi na imprensa e falou que eu não queria, que minha família não queria e na verdade eu ainda nem tinha assinado com o Coritiba. Depois de ter conversado com Palmeiras e Cruzeiro, ter dito que não queria, sentei com o Ximenes e o Vilson e acertamos o que faltava.

Então aquela história de “peso da família na decisão”...

Nenhuma relação! Tanto que a minha mulher ainda brinca comigo: “se der errado essa coisa toda a culpa é tua! Você quem escolheu!”. Essa conversa de que meu sogro é ex-presidente do clube e ele forçou, minha mulher é de Curitiba e queria ficar aqui... Não existiu nada disso. Se tivesse proposta dos EUA era capaz de ela ter nos forçado a ir para lá (risos).

Não te surpreende ser um meia e ter quase 400 gols?

Surpreende e muito. Lembro que quando fiz o primeiro gol meu pai disse que se eu fizesse 100 seria muito. Fiz uma aposta com ele que até 250 chegaria. Já tenho quase 150 de crédito e ainda estou contando.

Quais os mais importantes?

Depende, você precisa separar por times, têm gols realmente importantes...

O mais bonito é aquele contra o São Paulo, ainda pelo Palmeiras?

É, ele é lindo. Mas não valeu nada (risos). Vale no imaginário do torcedor, mas no final das contas, não valeu nada. Os dois do Atletiba valem muito mais. Ainda pelo Palmeiras, fiz dois gols contra o River Plate na Libertadores que têm um valor absurdo. Pelo Cruzeiro fiz um gol de letra no Maracanã que encaminhou o título da Copa do Brasil. Em 1995, aqui no Coritiba, quando nós vivíamos uma situação difícil, fiz um gol contra o Atlético que nos ajudou a subir para a Primeira Divisão. Na Turquia, em um Fenerbahçe x CSKA, marquei um gol que nos ajudou a passar para as oitavas-de-final da Champions e foi a primeira vez que o clube passou da fase de grupos. Em contrapartida, também fiz um gol de bicicleta lá que falam até hoje, mas não tô nem aí para aquele gol (risos). Também não valeu nada. Foi instintivo, o único jeito que tinha para finalizar a jogada. Prefiro gols que o peso deles tenha alguma importância pelo momento, tanto meu como do clube. Aí talvez a gente consiga escolher mais alguns.


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