Bia Wouk passou alguns dias deste agosto de clima indefinido para revisitar a cidade, rever amigos e percorrer ruas da infância em Curitiba.
A procurar paisagens que os quase trinta anos de exterior não removeram da retina e do coração. E também os sabores que só experimenta aqui. Os amigos prepararam o cardápio da sua predileção em troca de horas de convívio maravilhoso.
A artista está em seu melhor momento. Hoje exibe “uma pintura de desenhista” em suas telas amplas, de 2m por 2m. Escritas que flutuam sobre o fundo e que são resolvidas com bastão a óleo, lápis de cor, caneta.
No óleo sobre tela as escritas vão desde a impressão digital, até uma escrita que se organiza como um “texto” que, mesmo ilegível, tem coerência interna. É algo do exercício da palavra, de que jamais se afastou, e cuja decodificação semântica e peso ela aprendeu com as sentenças precisas dos pais, donos de rigor intelectual que não condescendia com deslizes.
Afinal, você, porventura, não se torna aquilo que contempla?
Aroldo Murá