Política
03.09.2015
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10.04.14
2014 é o ano do Paraná
por Paulino Maciel

Hoje o Paraná é, sem dúvida alguma, o melhor ambiente para negócios do país

Mesmo com o boicote federal, Paraná está em franca ascensão. Números e índices da economia estadual anunciam um promissor 2014 para o Estado. Foto: Ricardo Almeida/ANPr
Governador Beto Richa acredita que a criação de empregos e o investimento privado garantem, principalmente, qualidade de vida aos paranaenses. Foto: Antonio Costa/ANPr
Trabalho: de acordo com dados do Ministério do Trabalho, o Paraná foi o terceiro maior Estado gerador de empregos com carteira assinada em 2013. Foto: Arnaldo Alves/ANPr

No dia 19, ao dar início nas obras da fábrica de R$ 7,2 bilhões da Klabin em Ortigueira, nos Campos Gerais, o governador Beto Richa (PSDB) disse que o resultado deste e de outros empreendimentos vão marcar 2014 como o melhor ano do Paraná em vários campos, do social ao econômico, e por um sem-número de investimentos inimagináveis há três anos. “Em 2014, vamos fechar um ciclo importante. Vamos colher o que plantamos com novos empreendimentos e novas obras em todas as regiões, um conjunto de ações que deu ao Paraná o maior e mais virtuoso crescimento entre os estados brasileiros”, adianta.

Richa registra que apesar de todas as restrições, boicotes e discriminação do governo federal, que travam R$ 4 bilhões em financiamentos ao Estado, os dados do PIB, setor agrícola, pecuária, indústria, comércio, emprego, além dos indicadores sociais, mostram a franca recuperação e a confiança de investidores e do setor produtivo. O Paraná, por exemplo, cresceu o dobro da média nacional. Enquanto o PIB do Estado chegou a 5% em 2013, o produto interno bruto nacional não passou dos 2,3%.

As projeções do IBGE mostram um movimento ascendente desde 2011 – ano em que Beto Richa assumiu o comando do Estado. De lá pra cá, o Paraná apresentou crescimento médio de 4,2% ao ano, contra uma média de 2% do Brasil. Com isso, a economia do Paraná já é considerada a quarta do Brasil, passando a do Rio Grande do Sul, se aproximando de forma célere à de Minas Gerais e atrás apenas da de São Paulo e do Rio de Janeiro.

“Recuperamos a credibilidade do Paraná junto ao setor produtivo e aos investidores e, melhor, recuperamos a nossa autoestima, o orgulho paranaense. Criamos incentivos, buscamos o diálogo e a temperança com os movimentos sociais, entidades e segmentos. Hoje o Paraná é, sem dúvida alguma, o melhor ambiente para negócios do país e um dos estados para melhor viver no Brasil”, diz Richa.

 

Ciclo virtuoso

Num dos pilares das ações levadas por Richa neste novo cenário de crescimento está o Programa Paraná Competitivo, um dos principais propulsores dos bons índices econômicos. “Criamos uma política de incentivos moderna e flexível. As negociações são feitas caso a caso, unindo os interesses privado e público.”

“É um ciclo virtuoso da nossa economia, que se traduz em mais de R$ 30 bilhões em investimentos privados – isso nunca aconteceu na história do Paraná – que vão criar mais de 150 mil empregos. É dinheiro, é renda, é acesso a uma boa educação, é riqueza, é qualidade de vida aos paranaenses”, completou Richa.

O economista Francisco José Gouveia de Castro, do Ipardes, adianta que apesar das interferências negativas do ambiente nacional, a evolução do PIB paranaense foi assegurada por fortes diferenciais. Entre eles, a recuperação dos níveis de renda do agronegócio, os investimentos industriais e a vitalidade do mercado de trabalho – tendência vigente desde o início do governo Richa e marcada pelo maior dinamismo econômico.

O crescimento é atestado por pesquisas realizadas por órgãos como o IBGE e pelos ministérios do Trabalho e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. “Mesmo com a continuidade do cenário macroeconômico pouco propício, a expansão da economia paranaense deve prosseguir em 2014, como reflexo dos alicerces mais sólidos das atividades produtivas do Estado, reforçados pelos programas do governo estadual”, disse Castro.

 

Agricultura e indústria

Em 2013, o Estado colheu uma safra recorde de verão, que suplantou 23 milhões de toneladas, com acréscimo de 31% em relação ao ano anterior. Foram destaques a produção de soja (46% maior que em 2012) e milho (8%). No geral, considerando também a safra de inverno, o volume de grãos produzidos no Estado superou a marca de 36 milhões de toneladas: 17,7% a mais que em 2012, a despeito dos prejuízos provocados pelas geadas no mês de julho.

Na indústria, a produção mensurada pela Pesquisa Industrial Mensal do IBGE apresentou crescimento de 5,6% em 2013, contra incremento de apenas 1,2% em nível nacional. Esse desempenho foi o segundo melhor entre os estados, atrás apenas do Rio Grande do Sul (6,8%). Merecem destaque os ramos de veículos automotores (com crescimento de 18,3%), máquinas e equipamentos (13,7%) e produtos químicos (4,4%).

Desde outubro passado, o Paraná ganhou mais quatro novas indústrias do setor automotivo. Os investimentos de R$ 2 bilhões consolidam o Estado como o segundo polo automotivo mais importante do país. Nomes como Paccar, Sumitomo, Audi e Volkswagen iniciaram ou retomaram a produção de bens e serviços.

A montadora norte-americana Paccar iniciou a produção dos caminhões DAF em Ponta Grossa e a japonesa Sumitomo, a operação da fábrica de pneus em Fazenda Rio Grande. Já a alemã Audi formalizou investimento de R$ 504 milhões para retomar a produção do compacto A3 e do utilitário esportivo Q3. E a Volkswagen anunciou R$ 700 milhões na produção do novo Golf na planta de São José dos Pinhais.

 

Comércio exterior

Richa adianta ainda que o Governo do Estado está em negociações com outras montadoras. “Queremos ampliar ainda mais esse importante setor que gera emprego qualificado e renda para a nossa população”, reforça. As quatro multinacionais foram atraídas ao Estado pelo Programa Paraná Competitivo, criado em 2011.

Em relação ao comércio exterior paranaense, foi registrado aumento de 3% das exportações em dólares em 2013. O aumento se deu em função do desempenho dos complexos soja, carnes e automotivo. As importações declinaram em 0,2%. No país, houve recuo das vendas externas e considerável aumento nas importações.

No que se refere ao comércio interno, as vendas reais do varejo paranaense registraram ampliação de 7% no ano passado, frente acréscimo nacional de 3,6%. No Estado, a expansão foi puxada pelos ramos de combustíveis (11,9%), veículos (7,2%), produtos farmacêuticos e de perfumaria (11%), eletrodomésticos (10,2%), material de construção (9,5%), artigos de utilização doméstica (9,1%) e livros, jornais e revistas (8,6%).

 

Trabalho

Está entre os fatores do crescimento do Paraná, também, o aquecimento do mercado de trabalho. Segundo o IBGE, o efetivo de mão de obra da indústria do Paraná cresceu ininterruptamente por 41 meses, entre março de 2010 e julho de 2013, contra queda de 24 meses seguidos do país, até setembro de 2013.

Mesmo com os declínios de 0,9% e 1,1% registrados em agosto e setembro, o emprego fabril paranaense variou 0,08% no período janeiro-dezembro de 2013. No Brasil, houve recuo de 1,1%. O desempenho do Paraná foi o segundo melhor do Brasil, atrás de Santa Catarina (0,9%). Aliás, somente Santa Catarina e Paraná exibiram ampliação no contingente de mão de obra utilizada pela indústria em 2013.

As estatísticas do Ministério do Trabalho mostram que o Paraná foi o terceiro maior gerador de ocupações com carteira assinada no território brasileiro em 2013, respondendo por 8,1% das vagas líquidas abertas, ficando atrás somente de São Paulo (24%) e Rio de Janeiro (9%), estados com dimensão demográfica muito superior.

Em 2013, o Paraná criou 90.349 empregos com carteira assinada, um aumento de 3,5% em relação ao estoque de trabalhadores de dezembro de 2012. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, e mostram que o Paraná foi superado apenas pelos estados de São Paulo (267.812 empregos com aumento de 2,14%) e Rio de Janeiro (100.800 empregos, um aumento de 2,67%).

 

Vagas no interior

O desempenho paranaense é também o melhor da região Sul. De janeiro a dezembro de 2013, o Rio Grande do Sul criou 90.164 vagas (3,47%) e Santa Catarina criou 76.762 (4,04%). Os setores de atividade que mais contribuíram para a expansão paranaense foram os serviços (39.196 postos), o comércio (28.135 postos) e a indústria de transformação (15.177 postos).

O interior do Estado ficou com 80% dos postos formais criados em 2013. “Ressalte-se que o aumento da participação do pessoal ocupado com carteira assinada no interior vem acontecendo concomitante à preservação do baixo desemprego na Região Metropolitana de Curitiba, que ostenta os menores patamares de desocupação e os níveis mais elevados de rendimento por trabalhador, quando comparada com outras seis regiões metropolitanas brasileiras”, lembra o economista do Ipardes.

Em números gerais do Caged, o Paraná criou 315.382 empregos com carteira de trabalho assinada, de janeiro de 2011 a janeiro de 2014, à frente de Santa Catarina (240.311 vagas) e Rio Grande do Sul (309.288 postos de trabalho).

 

Qualificação

O Paraná também já é referência no ensino profissionalizante e na qualificação da mão de obra. O Governo do Estado matriculou neste ano na rede estadual de educação 77.112 alunos interessados em um diferencial para o mundo do trabalho. São 57.942 em cursos técnicos, nas mais diversas áreas, o que representa 16% do total de alunos do ensino médio. Pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria mostra que, no país, somente 6% dos alunos do ensino médio fazem cursos profissionalizantes.

A Secretaria do Trabalho tem como desafio ampliar a colocação de trabalhadores no mercado com qualificação. Para isso, o Paraná vai implantar, ainda neste semestre, o Sistema Paranaense de Educação Técnica e Qualificação Profissional e Social para o Emprego. O sistema vai cruzar os dados dos trabalhadores que precisam de qualificação com a demanda de vagas, para fazer um direcionamento.

O Paraná tem ainda um plano de qualificação profissional voltado aos trabalhadores desempregados e agentes da economia solidária. E o ProJovem Trabalhador, destinado a jovens de 18 a 29 anos que não tiveram oportunidade de ingresso na escola. Nos últimos três anos, 8 mil trabalhadores foram capacitados para atuar nos setores de comércio e serviço, transporte, indústria e economia solidária.

Outro programa de capacitação é o Programa de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, do governo federal, que no Paraná é coordenado pelo Estado. Somente em 2013, 208 cursos profissionalizantes foram ofertados pelo Pronatec, matriculando 43.118 trabalhadores.

 

Parceria

Há ainda mais uma ponta no processo que explica o novo desenvolvimento do Estado. O Paraná está recebendo R$ 800 milhões em obras de infraestrutura – investimentos parceiros da iniciativa privada. São mais de 100 quilômetros de novas rodovias, recuperação de mais de 3 mil quilômetros de estradas rurais, além da construção de 154 pontes, 49 trincheiras e a compra de 3 balsas. No mesmo pacote de obras tem também a contratação de quatro patrulhas do campo, com 40 equipamentos.

O Estado já formalizou três parcerias com as empresas Votorantim e Klabin e também com 25 usinas do setor sucroalcooleiro, ligadas à Alcopar – Associação dos Produtores de Bioenergia do Paraná. Há também parceria na elaboração de projeto do novo Contorno de Castro, com as empresas Cargill, Cooperativa Castrolanda e Evonik.

“Juntos serão investidos R$ 781 milhões: R$ 190 milhões da Votorantim, R$ 200 milhões da Klabin e R$ 360 milhões no programa Caminhos do Desenvolvimento – Sucroalcooleiro, em parceria com a Alcopar. Há também investimento de R$ 1,2 milhão no projeto do Contorno de Castro, que vai resultar na aplicação de R$ 30 milhões nesta obra”, adianta o secretário de Infraestrutura, José Pepe Richa Filho.

Em negociação, estão investimentos da Ambev, para a construção de um viaduto na BR 376, e também construções de novas pistas e duplicações por uma grande empresa de alimentos e também do setor madeireiro, respectivamente, nas regiões Sul/Sudoeste e Central. O Estado começou a formalizar uma parceria com a Associação Paranaense de Base Florestal, que pretende formalizar um convênio aos moldes do Sucroalcooleiro, que vai melhorar as estradas rurais, com obras de recuperação, construção de pontes e trincheiras.


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