Política
03.09.2015
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03.09.2015
17.09.14
Beto Richa lidera
por Francisco Daniel

Pesquisa Ibope adianta a reeleição de Beto Richa já no primeiro turno no Paraná

Ilustração: Claudio Duarte
Beto Richa e Ratinho Junior. Foto: Assessoria PSDB
Alvaro Dias, Aécio Neves e Beto Richa. Foto: PSDB Paraná
Requião. Foto: Reprodução/ TV Bandeirantes
Gleisi. Foto: Reprodução/ TV Bandeirantes

A assertiva participação do governador Beto Richa (PSDB) sobre o seu principal oponente na disputa ao Palácio Iguaçu, o senador Roberto Requião (PMDB), no debate da Band TV no dia 28 de agosto, é mais um reflexo direto dos resultados da pesquisa Ibope, de três dias antes, que qualificam Richa a vencer as eleições no Paraná já no primeiro turno em 5 de outubro. No Ibope, somando os votos válidos, Beto Richa tem 50,6%, Requião ficou em segundo, com 30,6% e Gleisi Hoffmann (PT) tem 16%.

O pugilato esperado no debate da Band teve outro protagonista. No início, Beto Richa deu dois jabs – “Requião, você já está de cabelos brancos, está na hora de começar a falar a verdade. Toma jeito!” – que deixou um inesperado Requião desnorteado, nas cordas. O senador não se recuperou mais durante todo o embate e nas redes sociais acusou os diretos de Richa. “Cansado, não tive excelente desempenho no debate da Band”, disse no Twitter. Depois, tentou desqualificar o debate, no qual concordou participar. “Nas TVs perguntas de 30 segundos e réplicas de um minuto são absolutamente ridículas. Pensei que o debate da Band seria sério, mas foi vazio”, adiantou.

Beto Richa saiu-se bem no debate ancorado no Ibope e em outros institutos que apontam a fatura liquidada para o tucano. No Ibope, considerando os votos nulos e brancos, Beto Richa fica com 43% das intenções, Requião 26%, Gleisi Hoffmann, 14% e Tulio Bandeira 1%. Os candidatos Bernardo Pilotto (PSOL), Geonisio Marinho (PRTB), Ogier Buchi (PRP) e Rodrigo Tomazini (PSTU) somaram, juntos, 1%. Brancos e nulos somaram 8%, e 7% não responderam.

“Avançar mais”

Sobre a pesquisa, Beto Richa disse para a imprensa que “o Paraná vai avançar ainda muito mais” ao comentar o resultado do Ibope. “Agradeço o reconhecimento dos paranaenses ao trabalho feito nestes quase quatro anos. O Paraná avançou muito e percebemos nas ruas o entusiasmo das pessoas para que este trabalho continue e o Estado possa avançar ainda mais”, disse.

O presidente do PSDB, deputado Valdir Rossoni, também disse confiar na vitória de Beto no primeiro turno. “A campanha, de verdade, está começando agora. O programa do Beto mostra todo dia, na TV e nas rádios, um balanço muito positivo de obras, de ações, de avanços. Os paranaenses sabem disso e, não tenho dúvidas, apoiarão nosso governador nestas eleições, porque sabem que Beto é a melhor opção para o Paraná continuar crescendo.”

Outro que está confiante com a campanha de Beto Richa é o apresentador de televisão Carlos Roberto Massa, o Ratinho, que participa de carreatas com Beto Richa na Região Metropolitana de Curitiba ao lado de seu filho, o deputado Ratinho Junior (PSC). “Nunca tivemos tantas indústrias interessadas em se instalar aqui, nunca se viu tantos investimentos no Paraná como agora. Então, eu quero participar e caprichar, para que o Paraná não volte ao atraso e que outras pessoas não voltem a assumir este Estado, que está tão bem”, disse Ratinho.

Cida e Ratinho

O filho Ratinho Jr vai no mesmo tom que o pai. “Os números apresentados pelos órgãos que acompanham a geração de emprego no país indicam que o Paraná vem despontando como um grande gerador de emprego. A industrialização é outro ponto forte. Beto Richa demonstrou o preparo e um Estado que nós queremos. O Estado do futuro, com uma política moderna e avançada, sem aquela maneira agressiva de lidar com o cidadão e com as pessoas. O governador Beto Richa é o mais preparado para assumir e comandar o Estado nos próximos quatro anos”, confirma.

“Beto Richa realizou um governo bem avaliado pela população. É um municipalista, esteve em todos os municípios do Paraná e com sabedoria e discernimento mostrou que é o mais capaz para ser o governador de todos os paranaenses”, diz a deputada Cida Borghetti (Pros), candidata à vice-governadora na chapa tucana. Cida destaca também características de Beto Richa que ajudarão o Paraná nos próximos anos. “Beto é trabalhador e determinado. Um governador do diálogo e conhecedor da máquina pública. Comprovou mais uma vez ser o mais preparado.”

Aprovação

A pesquisa do Ibope foi realizada entre os dias 21 e 23 de agosto. Foram entrevistados 1.008 eleitores em 59 cidades. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sob o número 00411/2014 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00411/2014.

Outra boa notícia para Beto Richa, levantada na pesquisa Ibope, é que 80% dos eleitores aprovam o seu governo. A avaliação do governo tucano, entre ótimo (7%) e bom (36%), soma 43%, e os que consideram seu governo regular, mais 37%. Oito por cento dos entrevistados consideram o governo tucano ruim, e 9% classificaram-no como péssimo. Três por cento não souberam responder.

Outro ponto que ajuda Beto Richa é a pesquisa ao Senado. Seu candidato, o senador Alvaro Dias (PSDB), é o favorito na disputa. No Ibope, Alvaro Dias será reeleito com 64% dos votos. O tucano é seguido de longe por Ricardo Gomyde (PCdoB), parceiro de Gleisi, com 4%. O companheiro de Requião, o empresário Marcelo Almeida (PMDB), tem 2%. Professor Piva (PSOL) e Luiz Barbara (PTC) têm 1%, cada. Os demais candidatos não pontuaram.

Rejeição

Já Requião e Gleisi têm mais rejeição do que intenção de votos, conforme a pesquisa Ibope. Requião tem 26% de intenção de votos, mas a sua rejeição é de 30%. Já Gleisi fez 14% no Ibope e sua rejeição é de 20%. Beto Richa também tem 20% de rejeição. Túlio Bandeira (PTC) tem 8% de rejeição; Bernardo Pilotto (PSOL) tem 7%. Ogier Buchi (PRP), Geonisio Marinho (PRTB) e Rodrigo Tomazini (PRTB), cada um, têm 6% de rejeição.

Até mesmo no PMDB a vitória de Beto Richa já é consentida. O ex-governador Orlando Pessuti, desafeto de Requião, adianta que o atual governador vai vencer as eleições no primeiro turno porque não há nada de novo no quadro eleitoral do Estado. “Todas as pesquisas, Ibope, Datafolha e de outros institutos, apontam a reeleição do Beto Richa. Ele é favorito e vai vencer as eleições”, assentiu Pessuti.

“Como o quadro eleitoral se apresenta a 35 dias da eleição, pelas projeções dos próprios institutos, dificilmente esse favoritismo será mudado. Há um reconhecimento dos paranaenses pelo trabalho do governador Beto Richa. É isso que as pesquisas mostram”, completou o ex-governador.

Pessuti adianta que as pesquisas mostram–de uma forma geral – a vitória de Beto Richa nas grandes, médias e pequenas cidades, na capital e na região metropolitana; entre todos os segmentos e faixas etárias. “Sabendo ler, as pesquisas estão sempre certas, elas dificilmente erram, só se há algum novo fenômeno, algo inusitado, o que não está acontecendo no Paraná. As candidaturas estão postas e entre as três principais, repito, Beto Richa é favorito para vencer no primeiro turno”, disse Pessuti, um aficionado nas pesquisas eleitorais.

Reeleição

Questionado sobre a margem da vantagem de Beto Richa, não superior a 53% dos votos válidos, Pessuti lembra de duas eleições. A de Jaime Lerner em 1998, a qual Lerner venceu no primeiro turno com 51,8%. E a de 2006, a que ele, Pessuti, participou como vice-governador, e que deu a vitória para Requião no segundo turno com 50,01% dos votos.

“É uma característica própria do Paraná. O governador Beto Richa já assegurou 51% e as eleições no Paraná, historicamente, desde o instituto da reeleição, se apresentam com as disputas com margens bastante apertadas, mas que não mudam o quadro para os favoritos. Eles sempre vencem”, disse. 

Pessuti ainda fez questão de frisar que as pesquisas de 2006, que davam uma diferença de seis pontos para Requião e que as urnas mostraram uma diferença de apenas 10 mil para o PMDB, também estavam corretas. “Nessa eleição teve eleitor que se enganou, em vez de votar 15 (Requião) e 13 (Lula), votou 13 e 15, anulando o voto. Foi num comício na Boca Maldita em que Lula pediu para votar 13 e 15 e isso foi bastante usado no programa eleitoral e acabou induzindo o eleitor ao erro”, disse.

Requião neurótico, Gleisi nervosa

O debate da Band TV mostrou um Requião cansado, como admitiu, com certas neuroses, e uma Gleisi nervosa, errando dados e recebendo petardos de onde não esperava.O pedágio, outra vez, tomou conta da discussão. Requião foi corrigido, por diversas vezes, pelo âncora Fabrício Binder. “Seu tempo se esgotou candidato”, virou um meme que viralizou nas redes sociais. Atordoado, Requião também levou bordoadas dos candidatos Tulio Bandeira (PTC), Ogier Buchi (PRP) e Geonisio Marinho (PRTB). “Está na hora de se aposentar, Requião”, disse Tulio Bandeira.

Ogier Buchi foi mais longe. Após o debate, publicou no seu perfil no Facebook cópias do aditivo assinado por Requião, em 29 de julho de 2004, ao contrato da concessionária EcoCataratas que a desobrigou de uma série de obras no trecho da BR-277, entre Foz do Iguaçu e Cascavel. Pelo aditivo, a concessionária ficou desobrigada de fazer uma série de obras de melhorias (viadutos, pontes, trincheiras) e a duplicação do trecho da rodovia entre as duas principais cidades do Oeste do Paraná.

“A concessionária foi liberada de fazer obras de duplicação. Requião criou o mote baixa ou acaba a respeito do pedágio, mas o fez diferente no governo”, disse Ogier Buchi no final do debate. A letra G da cláusula 1ª desse aditivo diz: “Alterações das obrigações das concessionárias mantendo-se as obrigações relativas à operação da concessionária e conservação e restauração das rodovias e excluindo-se os investimentos referentes às obras de melhorias e ampliação da capacidade”.

“Isso quer dizer que ele (Requião) desonerou (a concessionária) e excluiu a duplicação, as obras de melhorias, como viadutos, pontes, trincheiras, aquilo que custa caro”, afirmou Ogier Buchi.

Bandido

Em outro momento, Gleisi enfrentou Requião, que tentou justificar sua aposentadoria como ex-governador. Requião aludiu que não abre mão da aposentadoria porque tem que pagar as ações movidas por bandidos. Em uma das pendengas judiciais, Requião foi acionado pelo ministro Paulo Bernardo (Comunicações), marido de Gleisi.

O Tribunal de Justiça do Paraná condenou Requião a pagar R$ 75 mil, em valores atualizados, de indenização por danos morais ao ministro. De forma indireta, mas intencional, Requião chamou o marido de Gleisi de bandido.

Gleisi também não passou incólume.  Nervosa, trocou a penitenciária de Cascavel pela Papuda, de Brasília, onde petistas famosos, como José Dirceu, estão presos depois de condenados no escândalo do Mensalão.  Gleisi foi corrigida por Marinho. “Não é Papuda, é Cascavel, candidata.”

Imoral

O advogado Tulio Bandeira reagiu indignado aos ataques da petista que o acusou de responder processos e já ter sido preso. “Eu não posso deixar de responder à candidata Gleisi que me acusou de imoral, mas imoral é ela que anda amadrinhada com bandidos. A exemplo do Gaievski, que estuprou mais de 32 mulheres na cidade de Realeza. Eu fui o primeiro a representar contra este cidadão e ela o levou para antessala dela no Palácio do Planalto”, disse Bandeira.

“O André Vargas, que ela andava até poucos dias rodando pelo Paraná, e os companheiros dela, que estão condenados na Papuda. Eu respondo sim, fui preso e respondo um processo criminal, e eu vou ter prazer de provar a minha inocência”, completou Tulio Bandeira.

Bernardo Pilotto (PSOL) também desancou Gleisi no debate. “Você mente Gleisi. Você mente e desinforma a população. Você esteve na Fiep, assinou um documento que diz que precisa rever a política de salário mínimo regional. É triste ver que o outrora combativo PT, que tanto me identifiquei na juventude, que me fez a filiar a este partido, embora por um breve período, seja hoje representado por alguém que não tem nenhuma raiz no movimento social, que sempre ocupou cargos para destruir o direito dos trabalhadores”, disse Pilotto.

O candidato do PSOL acusa ainda Gleisi de agir sempre contra os trabalhadores. “(Gleisi) fez reforma administrativa no Mato Grosso do Sul tirando o direito dos trabalhadores; fez a reforma administrativa na Prefeitura de Londrina, onde os trabalhadores tiveram que entrar em greve por meses combatendo políticas como as da Gleisi. Se você não quer este tipo de política no seu Estado, você que é trabalhador, você não pode votar na Gleisi, infelizmente o outrora combatido PT é comandado hoje no Estado, é representado hoje no Estado por alguém que não tem nenhum pé na luta social”, completou.


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