Política
03.09.2015
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03.09.2015
04.05.15
Os piores anos de nossas vidas
por Fábio Campana
Dilma Rousseff - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A massa que vai às ruas uivar desesperadamente pelo impeachment de Dilma Rousseff não é um ente especializado em economia e finanças. Mas sente no bolso, no estômago e em suas ilusões perdidas que a vida piorou. E muito. Os preços subiram. A inflação real cresceu. A população aumenta e as pressões sociais chegam ao limite. As corporações se agitam pedindo aumentos salariais impossíveis. Governar nesta época não é para amadores ou picaretas. Para completar o quadro desesperador aos olhos da população, os políticos e governantes chafurdam no mar de corrupção sem-fim.

O mundo encantado do PT virou pó. Usando os critérios absurdos da Secretaria de Assuntos Estratégicos, que define como classe C renda entre R$ 291 e R$ 1.019, Dilma gosta de afirmar que fez o maior salto social do planeta, elevando mais de 40 milhões de brasileiros à classe média. Mentira, mesmo a das grandes, tem perna curta. Essa falácia ruiu num piscar de olhos. Bastou o aumento nas contas de luz para quebrar o encanto. Preparem-se. Esse foi apenas o primeiro dos ajustes necessários para corrigir a quantidade de besteiras feitas no primeiro mandato. Outros virão. Mais graves e mais caros.

Trocar Dilma por Michel Temer ou por outro eleito não resolve o problema. E nem há suporte legal para um gesto desse. Quem vai cassar Dilma Rousseff? Este Congresso constituído por deputados e senadores enfiados até o pescoço nas roubalheiras descobertas, uma atrás de outra, que, além da Petrobras, chega às obras de energia e de transporte, na sagrada Caixa Econômica?

 

As piores previsões

Nada ajuda a diminuir as frustrações. A sociedade inteira, com exceção dos muito ingênuos ou muito cínicos, reclama a mudança, pede o impeachment de Dilma Rousseff, como se a simples substituição da presidente pudesse resolver todos os problemas e iniciar uma nova fase de prosperidade e consumo.

Não há remédios que curem a doença do Brasil com dose única. Teremos de pagar em longo prazo os equívocos, os erros crassos e a falta de visão de uma esquerda que não produziu, em décadas, um único projeto digno de se levar a sério para tirar o país do rol dos subdesenvolvidos. Todos sabem que priorizamos o consumo e não a produção e a produtividade. Privilegiamos as relações com os parceiros pobres porque o filósofo Luiz Inácio Lula da Silva decretou que os países ricos tinham afundado na crise de 2011. Coisas do gênero, de burrice tão funda que nos colocou neste impasse. E permanecemos um país de população majoritariamente estatólatra, que tudo espera do Estado e que por isso mesmo aceita um trambolho enorme que nos custa caro.

Sem ilusões. Em documento, o Fundo Monetário Internacional considera prioridade imediata a resolução de questões ligadas à Petrobras e encoraja o governo brasileiro a fortalecer as empresas estatais do país.

Tempos bicudos. O FMI estima que a economia brasileira vai encolher 1% este ano, e que a retomada do crescimento depende em grande medida das medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo, de acordo com documento divulgado pela entidade internacional.

 

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