Palmeiras Selvagens
De William Faulkner

por Marisa Villela

“Palmeiras Selvagens” é um dos livros memoráveis de William Faulkner. São duas histórias paralelas que nunca se encontram, mas ambas têm o mesmo foco: liberdade e  prisão. Uma é o amor entre Charlotte e Henry. Outra é o Velho (apelido do rio Mississipi) e um homem preso em uma penitenciária americana, chamado de “o condenado alto” .

Duas liberdades, duas prisões.  Dois apaixonados que abandonam a civilização para manter livre um amor único. Este mesmo amor condenado a morrer de inanição, sem comida, sem dinheiro nem trabalho.

Duas liberdades, duas prisões. O condenado pensa na liberdade ao resgatar pessoas arrastadas pela enchente do Rio Mississipi. Se conseguisse voltar com sobreviventes, seria, então, liberto das amarras da justiça. Ou poderia aproveitar para a fuga previsível e “morrer afogado”, vivendo para sempre em liberdade. Mas seu aprisionamento era além das grades e o obrigava a retornar à penitenciária após a batalha contra as águas.

Ao perceber que “se transformou em um marido”, Henry questiona onde e quando o amor se perdeu  e se tornou uma prisão. E o condenado constata que todo o sofrimento nas águas revoltosas do Rio Mississipi não lhe deu a alforria. Pior: ganhou mais dez anos de pena adicional. Melhor teria sido morrer. Aí sim estaria liberto para sempre.

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