A crítica de Eça em Os Maias
De Eça de Queiroz

Em 1888, Eça de Queiroz publicou um dos maiores clássicos da língua portuguesa – Os Maias. O livro conta a história de três gerações da família Maia. Afonso, o avô; Pedro, o filho; e Carlos, o neto. Com ênfase na história do neto, Eça trata de um amor incestuoso entre Carlos da Maia e Maria Eduarda.
Muito embora o romance entre ambos seja a trama principal, Eça de Queiroz não deixa de fazer críticas mordazes à sociedade portuguesa, cheia de tradições e pieguices. Ninguém se salva, dos boêmios aos políticos. Ele transmite um Portugal derrotado, entranhado nas coisas do passado e superado pelas “civilizações superiores”, leia-se Inglaterra e França, é percebido tudo isso nos detalhes, a exemplo do Ramalhete (uma quinta onde se passa boa parte do enredo), onde tem sua prosperidade após uma reforma inglesa ou o próprio protagonista, Carlos da Maia, faz o contraponto com seu pai, Pedro da Maia – o filho representa o sucesso com a sua educação inglesa; o pai, a derrota e o fracasso, pois foi educado como católico.
O romance é um disfarce para Eça extravasar tudo que acha daquele tempo, por isso que o livro é tão grande e cheio de detalhes, pois para cada personagem reserva-se uma crítica, não do personagem, mas o que ele representa na vida real.


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