O Evangelho segundo Saramago
De José Saramago

Não há meio termo em O Evangelho segundo Jesus Cristo de José Saramago. O gajo é ácido. Ou amam, ou odeiam. Editado pela primeira vez em 1991, o livro já cansou de voltar para gráfica, foram muitas outras reimpressões.
Para lê-lo é preciso estar atento ao livro sagrado cristão, pois senão qualquer ironia passa despercebida. Muitos pensam – e se enganam – que Saramago é o tal do bom moço que só quer escrever uma história, mas, embora ele negue, há vários indícios de ateísmo e marxismo – como foi, ateu e marxista – em seu texto.
Lava suas mãos com a epígrafe, cita Lucas, 1, 1-4. E diz, por alto: que estudou cuidadosamente toda a história e resolveu escrevê-la. Sem contar que no primeiro parágrafo do livro chama atenção para “o que temos diante de nós é papel e tinta, mais nada”. Não nos enganemos, Saramago era um ateu num país que quem não fosse católico deveria ser defenestrado. Leia, ame-o ou deixe-o.

Foto: Reprodução/site 12mesesdeleitura.wordpress.com


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