Crônicas do Machado
De Machado de Assis

Machado de Assis é expressão maior da nossa literatura. Essa afirmação terá poucos dissidentes. Será polêmica apenas entre polemistas. Seus romances e contos são leitura obrigatória para qualquer bípede nativo. Até aí, nenhuma novidade. O que pouca gente lê são os textos que Machado publicou nos jornais.

Considerado um dos primeiros cronistas de qualidade da imprensa brasileira, Machado de Assis começou nos periódicos na década de 1850 e seguiu carreira na imprensa por toda a vida.

Machado considerava o jornal um instrumento liberal e democrático como nenhum outro. Testemunhou os primórdios da imprensa no Brasil e chegou a discutir em seus textos se o jornal viria a substituir o livro. Seu interlocutor era ninguém menos do que Manuel Antonio de Almeida.

A crônica machadiana dá o sabor dos tempos, mas também desvenda tradições pouco respeitáveis e ainda celebradas da política nacional.  É testemunho histórico e texto saborosíssimo. A verve conhecida do escritor nos contos e romances está sempre presente. Surpreende apenas por tratar não de personagens da ficção, mas de figuras reais da política e sociedade brasileira do século XIX.

Quem for em busca das crônicas de nosso escritor-mor, irá se deleitar ao ler “Os Parasitas” ou qualquer uma das crônicas do Dr. Semana, pseudônimo que assumiu na década de 1860.

Há, no mercado, seleções de crônicas para todos os gostos. Bons livros e boas edições para quem não abre mão do objeto. Um deles indicamos aqui. Chama-se Coleção Melhores Crônicas, com seleção e prefácio de Salete de Almeida Cara. A edição é da Global.

Para quem tem pressa, escorpião no bolso ou simplesmente busca acesso ao inteiro teor dos trabalhos, recomenda-se a internet. Os textos de Machado estão todos em domínio público e podem ser lidos, sem medo de pirataria, na rede.

Izabel Campana

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