A estrela solitária
De

Nelson Rodrigues, dizia que “Heleno de Freitas não é bem um jogador, mas um personagem do futebol. Não há no futebol brasileiro jogador mais romanesco”.

Há um momento do filme Heleno – O príncipe maldito em que o enfermeiro que cuida do craque em seus últimos dias, no sanatório em Barbacena, confessa nunca tê-lo visto jogar. Numa época em que não havia televisão, mesmo para seus contemporâneos, o ídolo do Botafogo – e precursor dos craques-problema de hoje – foi mais um mito que uma realidade. E a passagem dos anos tende a apagar a linha que separa realidade e mito. Nesse sentido, qualquer esforço para se recontar a história de Heleno tem que lidar com o desafio de recriar, mais que meramente reconstituir, a trajetória de um homem que foi muito mais que um jogador de futebol, ao contrário do que diz um personagem do filme (“Lá vai o homem que esqueceu que era apenas um jogador de futebol”). É este desafio que enfrentam o cineasta José Henrique Fonseca e também o jornalista Marcos Eduardo Neves, na biografia Nunca houve um homem como Heleno (Zahar, 328 págs. R$ 44,00).


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